Entre os vários homens de boné branco com a logomarca do patrocinador no banco de reservas do Brusque Futebol Clube estava o personagem da estreia da equipe no Campeonato Catarinense 2019. Pelo menos até a bola rolar. Paulo Baier já foi destaque como jogador de equipes como Goiás, Atlético-PR, Palmeiras e Criciúma. Desde o ano passado, passou a aventurar-se na carreira de treinador.

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O trabalho feito no Toledo (PR) e o título da Série C do Catarinense com o Próspera chamaram a atenção da diretoria brusquense, que confiou ao meia famoso pelas cobranças de falta e pela longevidade, já que se aposentou aos 41 anos, a missão de comandar o time do Vale do Itajaí no Estadual deste ano.

Quando a bola rolou no jogo desta quarta-feira que marcou a abertura do Estadual, porém, o protagonismo ficou totalmente com os atletas em campo. Com trunfos como a velocidade de Edílson e Weverton e o oportunismo de Hélio Paraíba, o Brusque empatou em 1 a 1 com o Joinville e deixou o gramado do Estádio Augusto Bauer aplaudido pela torcida após o amplo domínio no segundo tempo. Os gols foram de Grampola, para o Joinville, e de Hélio Paraíba, para o Brusque, ainda no 1º tempo.

Disputada em horário de happy hour – o apito inicial foi às 19h –, a partida não teve o público esperado para o reencontro do time do Vale com a torcida, em uma estreia de campeonato contra um dos cinco grandes do Estado. Mas os 1,8 mil torcedores que compareceram assistiram a uma partida quente, como a temperatura da quarta-feira, dia em que os termômetros flertaram com os 40 ºC.

O abafa inicial foi do Joinville, que chegou mais perto do gol em uma cabeçada do zagueiro Marlon nas mãos do goleiro Zé Carlos, do Brusque. A resposta dos donos da casa veio depois que o time conseguiu se organizar melhor em campo. Aos 17, Weverton cruzou para o atacante Hélio Paraíba, que cabeceou no cantinho. O goleiro do JEC, Jefferson, evitou o gol com uma bela defesa de mão esquerda.

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Mas o castigo do Brusque veio dois minutos depois, em um lance polêmico. Aos 19, Nathan recebeu passe na intermediária. A zaga do Brusque parou pedindo impedimento, mas o bandeira não marcou nada. Houve também quem reclamasse falta no lance anterior. Nathan seguiu a jogada e bateu cruzado. O goleiro Zé Carlos ainda tentou alcançar, mas escorregou e a bola sobrou para Grampola, livre, abrir o placar.

O lance gerou muita reclamação do time e da torcida do Brusque. A gana com o lance fez o time reagir. Karl levou perigo em um chute de fora da área e, quando tentou cruzar para a área, fez a torcida pedir pênalti por causa do corte do zagueiro Leandro Bulhões, que teria sido com a mão. Mais uma vez, nada marcado. Weverton, com velocidade pela direita e chutes fortes cruzados, também levava perigo.

A igualdade veio aos 30 minutos. Gustavo cruzou pela direita da grande área. Hélio Paraíba, na pequena área, dividiu de carrinho com o zagueiro do JEC e empurrou para a rede. Nem mesmo o empate tirou a sobriedade de Paulo Baier na beira do campo. Hélio Paraíba ainda comemorava o gol e mandava beijos para a torcida, como um refrão de Engenheiros do Hawaii, mas o treinador já gesticulava pedindo calma e organização à equipe.

Depois do empate, talvez pelo forte calor, os times levaram menos perigo – os lances mais agudos foram em cobranças de falta. As maiores emoções ficaram para a segunda etapa. Logo aos três minutos, o atacante Nathan, do JEC, recebeu em contra-ataque novamente em posição duvidosa. Desta vez, porém, ele bateu para fora, à esquerda do goleiro Zé Carlos. O técnico Paulo Baier, em um dos poucos rompantes até então, foi à loucura. Assim como toda a torcida do Brusque. Quatro minutos depois, o Brusque respondeu. Edílson fez boa jogada pela direita e cruzou por baixo, na medida para Gustavo, que chegava na área. O meia bateu no canto esquerdo, mas o goleiro Jefferson foi buscar e evitou a virada do Brusque.

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O time da casa só cresceu na segunda etapa. Chegava com perigo em cobranças de falta e descidas pela direita com o lateral Edílson. Hélio Paraíba era sempre uma presença perigosa na frente. Ao JEC sobraram os contra-ataques. A pressão no segundo tempo deixou no torcedor uma sensação de que o time brigou e demonstrou condições de vencer. Aos 47, Neguete ainda salvou um lance que poderia ser o gol de castigo do Joinville.

– Em casa a gente tem que fazer os três pontos, mas mandamos no jogo, criamos as principais oportunidades. É trabalhar que a gente tem totais condições de recuperar – afirmou Hélio Paraíba na saída do gramado.

Ao fim da partida, o técnico Paulo Baier, com i, deixou o gramado do Estádio Augusto Bauer, com u, abraçando os atletas e soltando um pouco da tensão da partida de estreia.

– A ideia nossa era vencer, mas infelizmente não aconteceu. Não começamos muito bem, mas depois dos 15 minutos melhoramos e criamos oportunidades. No segundo tempo sofremos um pouco mais com os contra-ataques. Acho que o empate foi justo, foi um jogo igual. Mas a gente lamenta porque queria a vitória. É início de campeonato – avaliou o treinador do Brusque.

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Mas o tempo em campeonatos estaduais não permite muita reflexão. Isso porque o Brusque já volta a campo no sábado, às 19h, no Sul do Estado. O time visita o Hercílio Luz, numa reedição da final da última Copa Santa Catarina.

Já o compromisso do Joinville na segunda rodada é contra o Avaí, no domingo, às 17h, na Arena, no Norte do Estado.

Principais lances

Primeiro tempo

7’: Em cobrança de falta pela direita, o zagueiro Marlon cabeceia na mão do goleiro Zé Carlos, do Brusque.

10’: primeira chegada de perigo do Brusque. O lateral Edílson desceu pela direita e cruzou para Hélio Paraíba, mas Luan Bueno cortou e afastou para escanteio.

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17’: Weverton pela direita cruzou para Hélio Paraíba, que cabeceou forte no cantinho esquerdo do goleiro Jefferson. Foi a primeira grande chance de gol do time da casa.

18’: Weverton recebeu de Edílson, invadiu a área e bateu forte cruzado, mas Jefferson pegou firme, sem rebote para Hélio Paraíba, que estava atento à sobra.

GOL – 19’ -: Nathan recebeu na intermediária em posição duvidosa. O assistente não marcou nada, mas a zaga do Brusque parou pedindo impedimento. Nathan continuou, bateu cruzado na saída do goleiro e a bola sobrou para Grampola, que só empurrou para a rede sem goleiro. O lance rendeu reclamações de atletas e da torcida do Brusque.

22’: Karl bateu pela direita, a bola foi cortada por Leandro Bulhões e a torcida reclamou de toque de mão, pedindo pênalti. O árbitro nada marcou.

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23’: Hélio Paraíba testou para o gol após cobrança de falta, para nova defesa do goleiro Jefferson.

24’: Weverton, bem no jogo, recebeu de novo de Edílson e bateu cruzado, forte. A bola passou pertinho, mas saiu pela direita do goleiro Jefferson.

GOL – 30’: Gustavo cruza pela direita de dentro da área, Hélio Paraíba divide de carrinho com o zagueiro e empurra para o gol de Jefferson, empatando o placar.

Segundo tempo

3’: – Nathan recebeu em contra-ataque novamente em posição duvidosa, como no gol do JEC, mas desta vez bateu para fora do gol. O técnico Paulo Baier foi à loucura, assim como toda a torcida do Brusque.

7’: – Edílson cruzou pela direita em boa jogada pela direita, cruzou na medida, rasteiro, para Gustavo, que bateu no canto esquerdo. O goleiro Jefferson, no entanto, novamente foi buscar e evitou o que seria a virada do Brusque.

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30' – Hélio Paraíba recebe cruzamento de Edílson dentro da área, mas o zagueiro Luan Bueno faz o corte. O atacante cai e a torcida pede pênalti.

34 – Airton cobra falta da intermediária, a bola passa por toda a área, mas nem Hélio Paraíba nem o zagueiro Neguete conseguem alcançar e a bola passa perto do gol, saindo pela direita.

Ficha técnica

Brusque 1

Zé Carlos; Edílson, Ianson, Neguetti e Airton; Mineiro, Karl (Isac), Gustavo (Ruan); Jefferson Renan (Luizinho), Weverton e Hélio Paraíba.

Técnico: Paulo Baier.

Joinville 1

Jefferson; João Ananias, Luan Bueno, Marlon e Tiago Costa; Leandro Bulhões, Clécio, Caíque, Robert, Nathan (Daniel Gonçalves) e Grampola (Antony).

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Técnico: Zé Teodoro.

Gols: Grampola (J), Hélio Paraíba (B)

Arbitragem: Adriano Roberto de Souza, auxiliado por Alex dos Santos e Fabiano Coelho da Silva

Público: 1.863 torcedores

Renda: R$ 38,9 mil.

Local: Estádio Augusto Bauer, em Brusque