Brusque não conta mais com serviço de hemodinâmica pelo SUS. O Hospital Azambuja informou que o contrato com o governo do Estado para exames de cateterismo e angioplastia venceu e não teve renovação. A partir de agora, os pacientes que derem entrada na unidade pela rede pública e precisarem desse tipo de atendimento serão encaminhados a Blumenau.
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De acordo com o diretor administrativo do Azambuja, Nélio Roberto Schwanke, apesar das tratativas, não houve acordo com o governo do Estado para manutenção do contrato. Assim, os pacientes do SUS com sintomas cardíacos receberão os primeiros atendimentos na unidade e, na sequência, serão transferidos para o Hospital Santa Isabel.
A Secretaria de Estado da Saúde foi procurada pela reportagem e não informou por que não houve renovação.
Estado e hospital firmaram contrato para atendimento de hemodinâmica em março do ano passado. Inicialmente, a parceria previa 10 procedimentos por mês, de cateterismo e angioplastia pelo SUS. Em agosto, o convênio aumentou para 15 e foi renovado para mais seis meses. O Azambuja argumenta que a parceria chegou ao fim em 31 de janeiro, mas manteve o serviço até 29 de março por conta própria.
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Agora, entretanto, não tem mais como manter o atendimento sem garantia de novo convênio.
— Lamentamos a descontinuidade do convênio. Sabemos da complexidade dos casos de cada paciente cardíaco que dá entrada no hospital, onde cada minuto é precioso no tratamento. Temos um setor altamente preparado, com equipamentos de ponta e uma equipe médica competente e experiente para bem atender todos os casos que aqui chegam — afirma Schwanke.
O diretor do Azambuja frisou que a unidade segue em busca de habilitação para hemodinâmica junto ao Ministério da Saúde, a fim de garantir portas abertas a todos os pacientes cardíacos.
Segundo o hospital, a Secretaria de Estado da Saúde enviou ofício no dia 28 de março dizendo que o governo está fazendo estudos dos convênios que irão disponibilizar em 2023. Porém, nesses dois meses de tratativas, não houve sinalização de renovação. O Hospital Santa Isabel, em Blumenau, para onde os pacientes passam a ser encaminhados agora, informou que aguarda ser comunicado oficialmente sobre o assunto.
Obra feita a muitas mãos
O setor de hemodinâmica do Hospital Azambuja é fruto de uma mobilização do empresariado da região de Brusque, sob a liderança de Luciano Hang, que pediu pessoalmente doações para tirar a obra do papel. A estrutura foi inaugurada em outubro de 2020, com um investimento de R$ 5 milhões.
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De lá para cá, mais de 350 procedimentos já foram feitos no setor. A direção da unidade argumenta que o atendimento de pacientes com sintomas cardíacos pelo SUS é uma demanda recorrente e que o convênio era um importante avanço na saúde pública da comunidade local.
“Em média, antes do convênio com o Estado, eram transferidos cerca de 10 pacientes cardíacos por mês do Azambuja para outros hospitais, a fim de realizarem os procedimentos cirúrgicos”, disse a unidade em nota.
O serviço segue sendo prestado a pacientes particulares e de convênios.
Procurado pela reportagem, Hang ressaltou que a união dos empresários de Brusque conseguiu um dos aparelhos mais modernos do mundo para que o hospital pudesse prestar serviço de qualidade à população e espera que a “decisão seja revista”.
— Não adianta ter tecnologia de última geração se for para ficar parada. Quem perde com isso é a população mais carente que não tem acesso e ainda precisa se deslocar para outras cidades — comentou o empresário.
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