O gol de Cláudio Freitas e a vitória do Brusque sobre o Avaí em 13 de dezembro de 1992 trouxeram algumas consequências. Uma delas foi dar novamente à cidade o troféu mais importante do futebol em Santa Catarina, que não vinha desde 1953, com o Carlos Renaux. Outra foi colocar em cima do escudo do clube aquela que é sua única e principal estrela, com uma conquista marcada pela desconfiança de um time que havia sido fundado cinco anos antes. E a última foi a participação em uma competição que se reencontrará com o Brusque hoje: a Copa Brasil.
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Esse reencontro vem com um tabu que se for superado se transformará em dinheiro – muito, inclusive, para um clube de menor expressão – e glória. Isso porque nunca na história a equipe conseguiu avançar à segunda fase naquela que é chamada de competição mais democrática do Brasil. Vinte e quatro anos depois de ter enfrentado o União Bandeirante (PR) e ser eliminado, e seis anos após encarar o Atlético-GO e também cair, os comandados do técnico Pingo terão uma nova oportunidade para marcarem seus nomes na história, tal como os ídolos de 1992. No embalo, o Brusque ainda embolsará R$ 283,5 mil limpinhos, já descontados os impostos – suficiente para pagar quase dois meses de salários dos atletas. Ou seja, serão 90 minutos valendo uma bolada – com perdão do trocadilho – à equipe e a chance de enfrentar o Corinthians na sequência da competição.
A estratégia de Pingo para enfrentar o Remo é uma repetição daquela colocada em prática na vitória sobre a Chapecoense. Ora bolas, se deu certo contra um time que disputa a Série A do Brasileiro, por que não daria contra um de Série C? E essa é a aposta. Embora dentro de campo as coisas passam a se equivaler no 11 contra 11, o pensamento de que, embora gigante, com 44 títulos estaduais e com uma das maiores torcidas da região Norte do país, o Remo não é um bicho de sete cabeças.
– É um jogo difícil, não impossível. A gente vai respeitar pra caramba pela história grandiosa que o adversário tem. Vamos manter o mesmo ritmo e mesmo estilo de jogo, de marcar forte e buscar o gol logo – destaca o treinador do Brusque.
Do outro lado da história (e do Brasil), o Remo não terá três titulares para a partida. O lateral-esquerdo Jackinha, o volante Renan Silva (que tem uma passagem em branco pelo Joinville em 2011) e o meia Flamel nem sequer viajaram a Brusque. O time embarcou ontem por volta de 5h da manhã e chegou no início da tarde ao Vale do Itajaí. Quanto aos problemas que tem Josué Teixeira, técnico adversário, Pingo diz que pouco devem influenciar no planejamento dos donos da casa para o confronto.
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– Para nós não muda nada. Manteremos a formação e a equipe vai jogar como vem atuando – finaliza.
Com previsão de casa cheia no Estádio Augusto Bauer, Brusque e Remo se enfrentam às 19h15min. Os ingressos ainda estão à venda de forma antecipada durante o dia de hoje com o valor de R$ 80 a cadeira coberta, R$ 50 a arquibancada coberta e R$ 30 a geral. Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos e menores de idade. Por conta da procura de torcedores, a diretoria não garante que haverá entradas à venda instantes antes do jogo na bilheteria.
O confronto
O regulamento da Copa do Brasil mudou este ano em relação às temporadas anteriores. Na primeira fase só haverá um jogo, com os times melhores posicionados no Ranking da CBF encarando os de pior ranqueamento. Os visitantes têm a vantagem do empate. Logo, para avançar hoje à noite o Brusque precisa vencer. Qualquer outro resultado, a vaga na próxima fase fica com os paraenses. A distribuição da renda dos jogos também mudou. O vencedor da partida fica com 60% da receita das bilheterias. Em caso de empate, os dois clubes dividem o montante.
Ficha técnica:
BRUSQUE
Rodolpho; João Carlos, Clayton, Neguete e Willian; Mineiro, Carlos Alberto, Leílson e Assis; Ricardo Lobo e Jonatas Belusso. Técnico: Pingo.
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REMO
André Luis; Léo Rosa, Henrique, Igor João e Caio; Elizeu, Tsunami, Marquinhos e Fininho; Edgar e Val Barreto. Técnico: Josué Teixeira.
Local: Estádio Augusto Bauer, em Brusque.
Arbitragem: Daniel Nobre Bins-RS, auxiliado por Jorge Eduardo Bernardi-RS e Lucio Beiersdorf Flor-RS.