Era um domingo diferente no Estádio Augusto Bauer, e não só por ser uma tarde de jogo em pleno Dia dos Pais. Tudo tinha um quê alternativo em comparação àquilo que o Brusque havia vivido até então na temporada. A começar pelo contexto da partida: embora tenha jogado algumas finais na história, o time do Vale lidava pela primeira vez com uma decisão de uma competição nacional. Além disso, nunca antes um time do Amazonas havia colocado os pés no principal palco do esporte brusquense. Essas situações singulares se transformaram em nervosismo tanto para os donos da casa, quanto para o Manaus-AM, que fizeram um primeiro tempo (no mínimo) entediante.

Continua depois da publicidade

Na arquibancada, a impaciência da torcida se contrastava com a paciência dos jogadores dentro de campo. Enquanto os 4.487 torcedores clamavam por ações ofensivas que pudessem tirar o zero do placar, ambas as equipes se estudavam cautelosamente nas quatro linhas. Mesmo visitante, o Manaus-AM tinha tranquilidade para pensar as jogadas, enquanto o Brusque parecia pressionado pela ânsia que vinha da arquibancada e tentava resolver jogadas de qualquer forma. Nesse toma lá dá cá de passes errados, lançamentos para lugar nenhum e chutes completamente tortos, melhor para o time do Norte, que conseguiu segurar o placar em 0 a 0 nos 45 minutos iniciais.

Mas aí veio o segundo tempo e todo o clima maçante foi por água abaixo aos três minutos. Isso porque o Brusque, que não havia dado um chute certo ao gol até então, decidiu bombardear a meta defendida por Jonathan, que fez duas grandes defesas na sequência. O terceiro arremate, porém, veio de um jogador que não costuma perder oportunidades: Junior Pirambu, sem dificuldades, precisou só empurrar para a rede para fazer 1 a 0. Sem medo de ser feliz, o time do Vale manteve a pressão, e logo em seguida ampliou o placar em um chute de Zé Mateus de fora de área. A partir de então, o frio e nervoso Estádio Augusto Bauer se transformou em um um animado caldeirão. Pelo menos até os 17, quando Rossini recebeu cruzamento perfeito e descontou para o Manaus-AM.

Nesse jogo de contrastes, entre o primeiro tempo mesquinho e a segunda etapa empolgante, o Brusque exagerou no ímpeto. Aos 30 minutos, depois de confusão na grande área, Romarinho levou cartão direto por reclamação, deixando os donos da casa com um a menos. Aí o Manaus-AM se empolgou, e aos 37, Rossini, de novo de cabeça, empatou o jogo que parecia perdido para os visitantes, dando números finais à partida.

Agora as duas equipes têm pouco menos de uma semana para resolver os problemas e definirem quem vai ficar com o título da Série D do Brasileiro. O jogo de volta da decisão ocorre no domingo, dia 18, às 16h de Brasília na Arena da Amazônia, em Manaus (AM). A promessa, novamente, é de que mais de 40 mil pessoas empurrem a equipe do Norte para o título inédito. Um tempero a mais para o Brusque, que tentará ser o visitante estraga-prazeres para se juntar a Avaí, Criciúma e Joinville no rol de catarinenses campeões nacionais.

Continua depois da publicidade