O tênis brasileiro contará com um representante em duas decisões do Aberto da Austrália. Ao lado do britânico Jamie Murray, o mineiro Bruno Soares derrotou a parceria francesa formada por Lucas Pouille e Adrian Mannarino, nesta quinta-feira, e garantiu vaga na final de duplas masculinas do Major. Como se não bastasse, o mineiro também avançou à decisão de duplas mistas, nesta sexta-feira, ao lado da russa Elena Vesnina. As vitórias concretizaram o sucesso relâmpago da parceria com Jamie, iniciada no início de 2016, e da grande preparação do brasileiro para a temporada.

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Bruno Soares elimina Murray e avança à semi de duplas mistas na Austrália

Com o triunfo, Bruno Soares também garantiu sua segunda final de Grand Slam na carreira em duplas masculinas. Em 2013, no Aberto dos Estados Unidos, o brasileiro perdeu ao lado do austríaco Alexander Peya a decisão para Leander Paes e Radek Stepanek.

Já nas mistas, Soares soma dois títulos em três finais de Grand Slam, ambos no US Open: em 2012, ao lado da russa Ekaterina Marakova; e em 2014, ao lado da indiana Sania Mirza. Em 2013, com a americana Lisa Raymond, o mineiro perdeu a decisão de Wimbledon para o canadense Daniel Nestor e a francesa Kristina Mladenovic.

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Os melhores lances da semi entre Soares/Murray e Pouille/Mannarino:

Imagens: Australian Open TV

Com Murray, Bruno disputou três torneios até o momento. Em Doha, chegou avançaram à semifinal; em Sydney, foram campeões; e no Aberto da Austrália, buscarão seu segundo caneco. Diante dos resultados, a parceria é a melhor dupla do ano no ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais).

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Logo após se garantir na decisão da competição, o mineiro atendeu a reportagem de ZH por telefone e falou sobre o ótimo entrosamento com Jamie Murray e a possibilidade de ser o primeiro brasileiro campeão do Grand Slam australiano.

Confira a entrevista com o tenista brasileiro, na íntegra:

Você esperava um início de temporada tão bom quanto a de 2016?

É difícil falar, eu esperava um início de ano bom. Obviamente que começar dessa forma é muito mais que bom. Eu sei do meu potencial e sei que quando chego nos torneios hoje tenho condições de chegar longe se jogar o meu melhor, e é o que está acontecendo. Eu tive uma grande preparação, fiz uma pré-temporada excelente e estamos jogando superbem. Agora é tentar finalizar.

A que você atribui o rápido entrosamento com Jamie Murray?

O entrosamento com o Jamie veio rápido porque nos conhecemos muito bem. Somos grandes amigos, temos uma amizade muito boa fora da quadra e conhecemos muito bem o jogo um do outro. Acho que isso ajudou demais. O fato da gente já se conhecer, já ter jogado contra várias vezes e ser amigo, isso ajuda no entrosamento dentro de quadra.

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Qual é a diferença do Bruno de 2015 para o Bruno de 2016? O que mudou?

Não tem muita diferença. Acho que a diferença foi estar um pouco mais confiante, ganhando um pouco mais de jogos. No ano passado eu senti que estava jogando bem também, perdi muitos jogos no detalhe e as coisas não aconteceram da forma que eu queria. Mas em nenhum momento eu parei de trabalhar forte e acreditar no meu potencial, e acho que agora está dando certo.

Se pudesse resumir sua parceria com o Jamie em uma palavra, qual seria e porquê?

Difícil resumir em uma palavra, mas eu acho que “paredão” (risos). A gente joga bem na rede e segura bem as pedradas dos rivais.

Qual a sensação de estar em sua segunda final consecutiva e ter a chance de também fazer história no tênis brasileiro?

A sensação é muito boa. Obviamente a gente joga tênis pra conquistar esse tipo de torneio, é por isso que estamos trabalhando duro. E a sensação de estar em uma segunda final consecutiva é muito boa, principalmente de um Grand Slam. Quem sabe eu possa fazer história e trazer esse título para o Brasil.

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Nesse Grand Slam, você tem sido sólido em todos os fundamentos: na rede, no serviço, no fundo de quadra, etc. Isso é reflexo da nova parceria ou existe outro fator?

Acho que isso é reflexo do meu treinamento. Venho treinando muito duro, minha pré-temporada foi muito boa. Eu estou trabalhando com o Hugo (Daibert) lá em Belo Horizonte, que é um cara que entende muito de tênis e me ajudou muito nessa área de evoluir em todos os fundamentos. Até nos que eu já tenho confiança sempre tem uma margem para melhora e foi isso que ele me ajudou muito.

Depois desse belo início, já dá pra projetar bons resultados na Olimpíada?

A gente sabe das nossas chances na Olimpíada. Eu e o Marcelo sempre jogamos superbem juntos e sabemos que temos condições de ir longe. Mas a Olimpíada é um tiro só, é um torneio. Então depende de uma série de fatores. Depende da chave, depende do dia e da situação. É difícil colocar todas as fichas em um evento só e falar que teremos um bom resultado. Mas sabemos que se jogarmos bem, vamos ter boas chances.

O que podemos esperar de Soares e Murray na final do Australian Open 2016?

Podem esperar muita luta, muita raça, muita vontade de ganhar e uma atitude positiva. Acho que são as únicas coisas que a gente pode controlar. A dinâmica da partida, os adversários e o clima, são coisas fora do nosso controle. Então, dá gente, podem esperar muita energia e muita vontade de ganhar para tentar levar o caneco.

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*ZHESPORTES