Entrevista: Henry Wagner Vasconcelos de Castro, promotor de Justiça
Zero Hora – Que provas existem da morte de Eliza Samudio?
Henry Wagner Vasconcelos de Castro – Um primo do Bruno, que, na época era menor, relata que estava na Land Rover do goleiro, quando Macarrão deu carona para a Eliza, no Rio. O menor disse que acertou uma coronhada na cabeça de Eliza. E foi identificado sangue de Eliza no carro. Depois, em Minas, ele foi com Macarrão quando levaram Eliza para casa do Bola e viu uma mão sendo jogado para cães. E um outro primo de Bruno, Sérgio Rosa Sales (falecido), disse que viu Eliza ferida na cabeça no sítio do goleiro, em Esmeraldas (MG). Sérgio afirmou que Macarrão e o menor saíram com Eliza e o bebê, mas depois os dois voltaram sozinhos.
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ZH – Há provas periciais?
Castro – Registros das antenas de celulares mostra que Macarrão estava com seu celular na região do Hotel Transamérica, na Barra da Tijuca, no Rio, na noite de 4 de junho de 2010 quando Eliza desapareceu. Ele levou uma multa, no sentido da Barra para o Recreio dos Bandeirantes, onde Bruno morava.
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ZH – Da casa do Bruno foram para Minas?
Castro – Vieram na noite de 5 para 6 de junho. O Bruno negou, mas veio. Levou uma multa com sua BMW X5 em Ribeirão das Neves (MG). Todos pararam em um motel, em Contagem. Em um quarto ficou Macarrão, o menor, Eliza e o bebê. Em outro, Bruno e Fernanda (a ex-amante). Fizeram várias ligações de um quarto para outro. Dia 10, data do crime, teve seis ligações entre Macarrão e Bola, cinco delas à noite, horário do crime. As antenas também captaram que levaram Eliza ao encontro de Bola. No dia seguinte, Bola e Macarrão se falaram uma vez. Só falaram de novo 14 dias depois, uma hora e 30 minutos antes de a polícia entrar no sítio do Bruno e não encontrar nada.
ZH – O senhor está convencido de assassinato?
Castro – Eliza não veio a passeio a Minas. Houve um sequestro seguido de desaparecimento e morte, e Bruno foi o idealizador do crime.