Após quatro anos e meio de alguns momentos memoráveis e duras derrotas, o havaiano Bruce Irons decidiu: vai abandonar o Circuito Mundial (WCT). No fim de 2008, independentemente de sua colocação do ranking, ele deixará de competir e se dedicará apenas ao free surf, ou seja: viajará pelo mundo em busca de ondas perfeitas. Em entrevista à “Surfing Magazine”, o irmão caçula do tricampeão mundial Andy Irons (2002 a 2004) confessa que nunca conseguiria ser o melhor do mundo. As informações são do site GloboEsporte.com.
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Aos 28 anos, Bruce admitiu que seus resultados no WCT não foram os que ele esperava. No ano de estréia, terminou em 23º. Depois de ficar em nono em 2005, desapareceu. Foi 14º em 2006 e 24º no ano passado. Segundo ele mesmo, “ficou no fundo do caminhão de gado”. Desanimado e cansado da rotina de competições, conversou com os patrocinadores e decidiu dar adeus ao “Circuito dos Sonhos”, nome dado ao WCT.
Festas e resultados ruins nos últimos meses
Nos últimos meses, Bruce deu muitas demonstrações de que realmente não estava focado nos campeonatos. Ele e seu irmão eram presenças quase garantidas nas festas durante as etapas. Algumas vezes, como no WCT do Chile (2007) e no do Brasil (2006), Bruce quase foi eliminado por WO: não conseguiu acordar a tempo e chegou atrasado para suas baterias.
– Depois de um tempo, eu precisava admitir: não vou ganhar um título mundial. Você tem que entrar no jogo para ganhar um título e tem que ser bom e todas as ondas possíveis. Em alguns lugares, eu tinha que me esforçar muito todo ano. Se você não está lá para ser campeão, realmente acho que não há razão para estar lá. Se eu apenas ficar no WCT, vou ficar no fundo do caminhão de gado. Se você não é top 5, quem você é? Você está no fundo do caminhão de gado. Vou me afastar agora porque sinto que estou em um bom momento para começar um novo capítulo. Estar na capa de revistas de novo, me divertir – diz Bruce.
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Bruce nunca ganhou uma etapa do WCT, mas em 2004 foi protagonista, ao lado do irmão, de uma das melhores finais. Perdeu a taça nas ondas Hossegor, na França. Andy, logo depois, viria a conquistar seu terceiro título mundial.
O havaiano tem no currículo um dos mais importantes títulos que um surfista pode conquistar. Em 2004, venceu o “Tributo a Eddie Aikau”, tradicional evento de ondas gigantes. Desde então, Waimea Bay nunca mais apresentou condições para que a competição fosse disputada novamente.
Bruce diz que sua programação será não ter programação. Por muitas temporadas, ele sabia exatamente onde estaria, em todas as épocas do ano.
– É estagnante. Quero mudar. É hora de mudar – diz Bruce.