O diretor da BRK Ambiental esteve na Câmara de Vereadores para explicar o motivo do atraso nas obras de esgoto em Blumenau. Cleber Renato Virgínio da Silva reconheceu que os serviços deveriam estar mais avançados, segundo cronograma em vigor, mas frisou que o Samae também tem parcela de responsabilidade no que ainda não foi executado.
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Em tom conciliador, porém, disse que não adianta olhar para trás e apontar culpados, e sim rever o cronograma e trabalhar para que até 2033 a cidade tenha 90% de cobertura de rede de esgoto, como prevê o Marco do Saneamento Básico no Brasil. A repactuação das metas anuais deve ocorrer através da revisão do contrato entre BRK e Samae, em andamento na Agência Reguladora (Agir).
— O contrato tem obrigações de todas as partes. Nesse caso, nós temos algumas questões tanto nossas quanto do Poder Concedente que precisam ser resolvidas — afirmou o diretor.
A BRK já teve dois cronogramas de obras para Blumenau desde que chegou a cidade, em 2010, de acordo com apresentação na Câmara. O segundo ainda está em vigor e está atrasado. A cidade deveria ter 77% de cobertura, mas está na casa dos 47%. O déficit é de 30% e deixa uma parcela de 83 mil moradores sem o serviço, como mostrou reportagem do Santa no mês passado.
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Segundo Cleber, o primeiro cronograma previa o avanço do percentual de cobertura de forma muito rápida e a realidade do dia a dia nos canteiros de obras mostrou que seria inviável o cumprimento. As explicações, de acordo com ele, são o forte impacto no trânsito, gerando inúmeras reclamações, e as dificuldades com rochas no solo, tornando mais demorado o serviço.
O diretor da BRK também frisou que o Samae tinha o compromisso de entregar em 2020 uma parcela de obras definidas no acordo firmado há uma década, mas que isso nunca ocorreu. A situação é um dos fatores para a taxa de cobertura não ter avançado como previsto.
O presidente do Samae, Michael Schneider, disse ao Santa no começo deste mês que essas obras de responsabilidade da autarquia estão em discussão, porém não explicou o motivo de não terem sido feitas. E ressaltou que tem cobrado da BRK que a empresa cumpra o que está no contrato. A expectativa é de que o impasse seja solucionado com a revisão do contrato que está sendo feita pela Agir.
— A Câmara vai fazer um parecer e vamos entregar à BRK para que o que foi falado e o que foi pedido por parte dos parlamentares seja cumprido. Nós vamos então fazer essa fiscalização junto à empresa. Teremos outras reuniões também porque temos algumas questões que não foram possíveis de serem resolvidas — disse o presidente do Legislativo Municipal, Almir Vieira.
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A convocação da BRK para explicar o atraso partiu do vereador Adriano Pereira, após a defasagem no cronograma vir à tona. O vereador Bruno Cunha também fez um requerimento ao Samae questionando qual o motivo para o atraso na execução da obra de esgoto na parte que compete à autarquia e se há plano emergencial para amenizar o atraso. O parlamentar ainda está avaliando a resposta.
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