Um arauto de chapéu emplumado postou-se ontem em frente ao Queen Mary’s Hospital, em Londres, e anunciou o nascimento do primeiro filho do príncipe William e de Kate Middleton.
Continua depois da publicidade
– Seja bem vindo ao dever público um futuro rei! – dizia o homem, em contraste quase folclórico com os curiosos que já atualizavam seus feeds do Twitter.
A pompa que o jovem casal e, agora, o bisneto da rainha Elizabeth II, rejuvenesceram fascina oito em cada 10 britânicos. É o que apontam as pesquisas de opinião, segundo as quais a monarquia e seus ritos jamais estiveram tão populares.
O bebê nasceu com 3,8 kg, o mais pesado futuro monarca a nascer na história recente e ainda não tem nome. Seu título, no entanto, está definido desde 8 de julho: atenderá por Sua Alteza Real, príncipe de Cambridge.
Kate chegou ao hospital às 8h (4h, em Brasília), e o príncipe nasceu de parto normal, às 16h24min (horário local), mas o anúncio foi feito quatro horas depois. Além do arauto, a família cumpriu o protocolo tradicional de exibir em um cavalete dourado no Palácio de Buckingham o boletim médico. “Não poderíamos estar mais felizes”, declarou em nota o pai.
Continua depois da publicidade
William e Kate disseram que não perguntariam o sexo da criança antes do nascimento, e o mistério se arrastou até ontem. Especulava-se que seria menina. No início do ano, a rainha mudou uma regra para abolir a discriminação de gênero em sua sucessão. Até então, o sexo masculino tinha preferência.
O mundo em que nasce o bebê real é um lugar completamente diferente do que encontrou seu pai, há 31 anos, na nervosa era de Margaret Thatcher. Hoje, a sociedade britânica é mais liberal, mais desigual e bem menos interessada em política. E, naquele momento, o encanto dos britânicos era por Diana, a primeira mãe de um herdeiro real a dar à luz em um hospital – o mesmo de Kate. Quando Elizabeth II foi coroada, em 1953, um terço de seus súditos acreditava que ela assumia ao trono por direito divino. Anos depois, precisou fazer jus a sua posição – enxugar gastos e controlar os escândalos de infidelidade conjugal protagonizados por seus filhos, além de contornar a morte da princesa Diana, que seria avó.
A chegada do bebê coroa uma série de três anos dourados para a família real. Em 2011, a monarquia recuperou popularidade com o casamento de William e Kate. Em 2012, a rainha comemorou o jubileu de diamante pelos 60 anos no trono e, agora, o bisneto real nasce movimentando mais de R$ 826 milhões com a venda de suvenires comemorativos e embalando multidões.