O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado entre o parque de diversões Hopi Hari (ondeuma adolescente morreu no dia 24 de fevereiro) e o Ministério Público de São Paulo prevê foco na perícia de 14 brinquedos considerados mais arriscados. Além disso, o documento diz que a atração La Tour Eiffel só deve voltar a funcionar quando o assento defeituoso esteja impossibilitado de ser usado.
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De acordo com o documento, a nova vistoria será feita na Montanha Russa, Vurang, Ekatomb, Vula Viking, Leva i Traz, Lokolore, Evolution, Rio Bravo, Crazy Wagon, West River, Trakitanas, as duas salad do Simulakron, Giranda di Musik e nas duas torres do Dispenkito.
Os manuais e dados oficiais dos brinquedos, autorização de funcionamento, dados sobre manutenções e checagens dos últimos seis meses, além do registro de acidentes e ocorrências com usuários ou operadores, deverão ser apresentados pela direção do parque dentro de sete dias.
Sobre o assento que Gabriela Yokarimichimura usava quando ocorreu o acidente que a matou, a promotoria solicitou que ele deverá ter um aviso claro sobre a impossibilidade de uso, além de estar totalmente interditado.
Durante as perícias, os operadores do parque terão de estar no local para esclarecer eventuais dúvidas sobre o funcionamento. Agentes do MP, Instituto de Criminalística (IC), Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), Corpo de Bombeiros e Delegacia Regional do Trabalho participarão dos trabalhos.
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O TAC ainda reafirma o período de 10 dias de interdição do Hopi Hari, que poderá ser prorrogado. O Ministério Público ainda pede a indenização dos clientes que comprovarem ter comprado ingresso para o parque durante o período que estiver fechado. Caso alguma das cláusulas do acordo seja descumprida, o parque deverá pagar multa de R$ 95 mil por dia.
Relembre outros acidentes em parques de diversões
Locais que deveriam servir para o lazer viram palco de tragédias. O acidente que resultou na morte da adolescente Gabriela Yokarimichimura, 14 anos, no dia 24 de fevereiro, no parque Hopi Hari, no interior de São Paulo, mostra que muitos parques de diversões pecam pela falta de segurança.
Levantamento em arquivos do jornal Zero Hora mostra que aconteceram pelo menos oito acidentes graves desde 2007 no Brasil. Relembre:
Outubro de 2011 – Um jovem de 21 anos e outro adolescente de 16 anos ficaram gravemente feridos em um acidente numa roda gigante instalada em um parque de diversões na cidade de Várzea Grande, no Mato Grosso. Ambos caíram após o eixo que liga a cabine ao brinquedo ter se quebrado.
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Agosto de 2011 – Uma adolescente morreu e oito ficaram feridos em um acidente com um brinquedo chamado Tufão. A barra que prendia um carrinho se soltou quando girava em torno do próprio eixo. O compartimento, onde estava a adolescente, voou quase 10 metros e atingiu pessoas que estavam no chão.
Agosto de 2011 – Nove pessoas ficaram feridas ao cair em um brinquedo em Rio Grande, no sul do Estado. Cerca de 30 pessoas estavam no brinquedo Samba quando uma lateral se rompeu.
Setembro de 2010 – O choque entre dois carros de uma montanha-russa no parque de diversões Playcenter, em São Paulo, deixou 16 pessoas feridas. A colisão ocorreu quando um dos veículos parou para desembarque. O carro que vinha atrás não conseguiu frear.
Março de 2009 – Vítima do acidente com um brinquedo Kamikaze em Castro, no Paraná, Bruno Ramon Pereira, 15 anos, teve a morte cerebral. O brinquedo se partiu ao meio e, ao cair, deixou outros 12 feridos.
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Abril de 2008 – Um adolescente morreu em um tobogã e uma criança em outro brinquedo, no mesmo domingo, em São Paulo. Gustavo Rodolfo Alves, 14 anos, despencou de uma altura de quatro metros do tobogã em um parque aquático no interior do Estado. Alves e nove amigos desciam juntos pelo tobogã, quando o brinquedo cedeu. No outro acidente, Matheus Azevedo Nunes, de 10 anos, morreu ao cair de um brinquedo que simula a queda de um elevador a 10 metros de altura, num parque de diversões na capital paulista.
Fevereiro de 2008 – Três pessoas ficaram feridas, uma delas em estado grave, no acidente ocorrido em um parque de diversões de Poços de Caldas, Minas Gerais. Um pai e dois filhos ficaram feridos. Um carro da montanha russa saiu dos trilhos e sofreu uma queda de cinco metros.
Julho de 2007 – Duas pessoas ficaram feridas em um acidente em um parque de diversões localizado no Parque Marinha do Brasil, na Capital. O pedreiro José Giordano, 41 anos, e sua filha Franciele Rodrigues Giordano, 11 anos, ficaram feridos quando a cadeira do brinquedo Twister, onde estavam, caiu no chão.