A briga antiga entre surfistas e pescadores durante a temporada da tainha em Florianópolis pode ter tido fim na praia do Campeche, no Sul de Florianópolis. Com uma lei que suspende a prática esportiva desde 1995 durante a safra, os grupos afirmam estar passando por um ano tranquilo entre eles em 2022. 

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Durante muito tempo, mesmo com a lei, os 90 dias da temporada da tainha foram sinônimo de conflito entre as associações, inclusive com agressões – chamadas de “bambuzada nas costas”. Isso porque o mar começou a ser disputado.

Os surfistas são proibidos de praticar o esporte no período da safra. Apenas duas praias em Florianópolis são liberadas nesta época: Joaquina e Praia Mole. No entanto, depois de longos anos de discussão, os dois grupos chegaram a um acordo. Atualmente, os esportistas podem surfar quando o mar não está favorável para a pesca. 

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Segundo o que explica associação de pescadores, o vento sul traz os peixes até o litoral, mas atrapalha quando os animais já estão por perto. A chuva não é um problema, mas o mar agitado dificulta a pesca e afasta a tainha da costa. Nesses dias, como não é possível pescar, o mar fica liberado para os surfistas. 

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A liberação é marcada por uma bandeira. Se está vermelha, não é possível praticar o esporte na área. Caso a proibição não esteja sinalizada, o mar está liberado para o surfe. Por lei, a prática é proibida do dia 1º de maio até 10 de julho. 

— Hoje nós temos um relacionamento muito bom com os surfistas, no começo foi muito complicado. Pela primeira vez está funcionando — explica Valter Euclides das Chagas, presidente da associação dos pescadores do bairro. 

— Sentamos com o poder público, principais autoridades da pesca e chegamos em um comum acordo e hoje funciona muito bem — diz Robson Martins, diretor da Associação de Surfe do Campeche. 

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