As empresas terão que verificar se os cidadãos da União Europeia (UE) que querem contratar têm direito a trabalhar no Reino Unido após o Brexit, afirmou nesta terça-feira (30) a secretaria britânica para a Imigração, sem detalhar como se daria o processo.
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Caroline Nokes, indagada pela comissão parlamentar de Interior, reconheceu que a questão era um “quebra-cabeças”, sem tranquilizar sobre o destino reservado para cerca de 3,5 milhões de cidadãos europeus após a saída da UE, prevista para março de 2019.
Segundo o projeto do governo britânico, os cidadãos europeus que residem há mais de cinco anos no Reino Unido terão dois anos para pedir o status de residentes permanentes, enquanto os demais deverão esperar completar cinco anos no país para isso.
“Durante a transição será praticamente impossível diferenciar alguém que morou aqui e ainda não pediu o status de residente permanente de alguém que acabou de chegar”, reconhecer Nokes.
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Questionada sobre como as empresas realizariam esses controles, a ministra disse que responderia mais tarde por escrito à comissão parlamentar.
“Ou você vai ter um sistema impraticável, porque as empresas não poderão aplicá-lo, ou você deverá aceitar que as pessoas que chegarem depois de março de 2019 sejam submetidas às mesmas regras válidas para os que já estão aqui”, indignou-se a deputada trabalhista Yvette Cooper.
A ONG de defesa dos imigrantes JCWI descreveu “um novo exemplo de que o governo não tem nem a intenção, nem os recursos para aplicar um sistema de imigração justo e humano após o Brexit”.
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Embora UE e Reino Unido tenham chegado a um acordo na maioria dos pontos, as negociações sobre o Brexit estão estagnadas – o que sugere uma saída sem acordo final.
* AFP