O surfe brasileiro vive o melhor momento na história dos 32 anos do circuito mundial da Associação de Surfe Profissional (ASP). Os recentes títulos conquistados pelo fenômeno Gabriel Medina, 17 anos, e por Adriano de Souza, o Mineirinho, 24, e o potencial dos outros brasileiros criam uma expectativa alimentada por anos: conquistar o título mundial em um futuro próximo.

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O paulista Gabriel Medina é o principal “porta-voz” desta nova invasão brasileira no ASP World Tour. Dono de um estilo inovador, o surfista da Praia de Maresias se encaixa perfeitamente no novo perfil de competitividade do circuito mundial, principalmente pelo domínio total das manobras aéreas.

Sua ascensão meteórica iniciada com uma vitória numa etapa da divisão de acesso realizada na Praia Mole, em 2009, aos 15 anos, culminou com os recentes títulos em duas etapas da elite do esporte, meses após ter se classificado para competir com os melhores do mundo. Campeão do Rip Curl Pro Search, penúltima etapa da temporada 2011, realizado no início do mês, o garoto prodígio do surfe nacional recebeu o reconhecimento do norte-americano Kelly Slater, 11 vezes campeão mundial.

– Se você quiser melhorar, você tem que olhar as coisas novas. Gabriel estabeleceu um novo parâmetro e vai continuar fazendo isso pelos próximos dez ou 20 anos. Devemos tentar fazer parte dessa evolução – disse Slater, derrotado duas vezes por Medina este ano.

Adriano de Souza também mostrou seu valor ao ser o primeiro brasileiro a liderar a briga pelo título mundial após levar o título do Billabong Rio Pro, a etapa brasileira do circuito mundial. Aos 24 anos, Mineirinho está entre os primeiros do ranking desde 2009, e este ano também venceu duas etapas. A segunda aconteceu após derrotar Kelly Slater na final do Quiksilver Pro Portugal, em condições de ondas tubulares e perfeitas.

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Além da dupla, Alejo Muniz já é o 10º colocado na temporada em seu ano de estreia na elite e concorre ao prêmio de revelação do ano, conquistado em 2006 pelo próprio Mineirinho. aos 21 anos, é outro surfista que representa bem a nova geração do surfe brasileiro.

Ele saiu de Bombinhas aos 16 anos para treinar no Guarujá, com todo suporte necessário: técnico, preparador físico, dentista e psicólogo esportivo, além de ser acompanhado por especialistas em fisioterapia, pilates, aulas de inglês, e surfe, muito surfe.

Com apoio de uma das principais marcas do Brasil, viajou pelo mundo atrás da melhores ondas, tornou-se campeão sul-americano júnior e dispensou a vaga no circuito brasileiro para buscar um lugar na elite, conquistado no final do ano de 2010.

– Tivemos momentos importantes também nos anos 90, quando eram até 12 surfistas na elite. A diferença é que essa geração está muito mais preparada e o nível técnico é extremamente equilibrado e todo mundo que vem depois do Slater tem condições de chegar – analisa o treinador e organizador de competições Bira Schauffer.

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