Quem o vê brincando com a bola, rolando, atendendo aos comandos de senta e levanta pode acreditar que se trata de um cão como outro qualquer, com um pouco de treinamento. A verdade, porém, é que Bravo tem uma importante missão e a forma como reage a cada ordem do tutor é que define como se comportará em operação.
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Ele é o mais novo integrante do Corpo de Bombeiros de Blumenau. Veio de Xanxerê, juntamente com o cabo Jacques Douglas Romão, com a tarefa de auxiliar as guarnições de busca e resgate no Vale do Itajaí. O cachorro de quatro anos tem certificação nacional e internacional para prestar socorro. Já passou por mais de 30 operações. Em uma delas ajudou a localizar uma senhora na mata.
– Não empenhamos nenhum cão em busca real sem que tenha passado por certificação antes – explica o tenente coronel Walter Parizotto, responsável pelo trabalho com os cachorros.
Aqui na região ele poderia, por exemplo, ter auxiliado no trabalho de busca por um jovem desaparecido em Blumenau, no qual os bombeiros atuaram durante uma semana. Bravo, assim como todos os cães utilizados no Estado em resgates, passou pelas mãos de Parizotto. Ele conta que um animal com treinamento similar ao do cachorro que acaba de chegar a Blumenau é capaz de executar o mesmo serviço de 30 homens.
– Isso significa agilidade no socorro e maior chance de localizar vítimas ainda com vida, além de um custo de operações menor – afirma o tenente coronel.
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O tutor de Bravo, o cabo Romão, tem 31 anos. Formou-se bombeiro aos 24, quando foi para Xanxerê. Lá já sabia que iria encontrar o trabalho com cães que conheceu durante a formação. Especializou-se no segmento e hoje tem o labrador como um amigo fiel de vida e de profissão.
– Agora ele está de “férias”, para se acostumar com o calor da cidade, mas logo começa a trabalhar. É uma relação muito próxima e um trabalho que inicia cedo para desenvolver o instinto de busca, caça e captura – comenta Romão.
Blumenau já contou com cães de resgate na corporação do Corpo de Bombeiros. Foram dois e eles se aposentaram depois de prestar auxílio, em 2015, na tragédia de Mariana, em Minas Gerais.