A decisão do título mundial do World Championship Tour 2014 que poderia acontecer no sábado, acabou sendo adiada para este domingo por causa do mar muito difícil e perigoso com as ondas de 10-15 pés quebrando na rasa bancada de corais de Pipeline. A programação era realizar duas rodadas eliminatórias que poderiam garantir o troféu de campeão para Gabriel Medina, caso Mick Fanning e Kelly Slater perdessem na terceira fase, mas só aconteceu mesmo a repescagem.

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::: Por falta de boas ondas etapa deste domingo é adiada

::: Medina se classifica para a terceira fase de Pipeline

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::: Confira o que Medina precisa para ser campeão mundial

Slater disputou o primeiro duelo do dia e totalizou imbatíveis 17,00 em dois tubaços nas esquerdas de Pipeline. O Brasil estreou em dose dupla no mar desafiador do sábado, com Miguel Pupo ganhando de Raoni Monteiro e Filipe Toledo e Jadson André, surfando um tubão nota 9,23, também avançando para a terceira fase.

– Foi realmente desafiador e muito difícil hoje – disse Kelly Slater.

– Eu fiquei pensando que, se eu tenho que ganhar este campeonato para ganhar o título mundial, se é o que eu tenho que fazer, então tenho que passar pelos melhores surfistas mesmo. Com toda a honestidade, o Reef (McIntosh) é um dos melhores caras aqui em Pipeline a partir de 4 pés até 20 pés, em qualquer tamanho de onda. A apenas 5 minutos do fim, essa onda veio e depois de cair em tantas ondas, até me perguntei se deveria ir mesmo nela, mas felizmente tomei a decisão certa – avaliou Slater.

Confira a onda de Slater – 9.57 de nota

O potiguar Jadson André sofreu quedas terríveis, mas de tanto arriscar conseguiu surfar um dos maiores tubos do dia, com a nota 9,37 que recebeu só não superando a 9,57 de Slater na vitória sobre o havaiano Reef McIntosh que abriu a repescagem. Jadson derrotou Tiago Pires, que perdeu sua vaga no WCT e o ano de estreia da World Surf League (WSL) fica sem nenhum representante de Portugal. Também se despediram da elite dos top-34 com as eliminações no sábado, Raoni Monteiro, o sul-africano Travis Logie que já anunciou sua aposentadoria e três estreantes no WCT deste ano, o espanhol Aritz Aranburu e os australianos Dion Atkinson e Mitch Crews.

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– Eu estava bem nervoso antes da minha bateria porque as ondas estão muito grandes e isso é muito perigoso aqui em Pipe – confessou Jadson André.

– O mar está muito difícil e eu só procurei surfar qualquer onda que aparecia para mim. Caí em algumas, mas peguei um tubão que valeu por tudo. Eu já estou garantido no WCT para o próximo ano, mas quero conseguir um grande resultado aqui para melhorar minha posição no ranking, então estou feliz por ter vencido a bateria. Se eu ganhar mais duas, posso até entrar nos top-16, o que seria muito bom – avaliou o brasileiro.

As condições do mar estavam tão difíceis que apenas Kelly Slater conseguiu surfar dois bons tubos, mas somente nos minutos finais da bateria. Quem chegou mais perto dos seus 17,00 pontos foi Jadson André com os 12,70 que totalizou no décimo dos doze confrontos da repescagem para os surfistas que perderam na primeira fase disputada na sexta-feira. O paulista Miguel Pupo derrotou Raoni Monteiro por 7,17 a 4,13 e Filipe Toledo também arriscou os tubos, mas mandou um aéreo full rotation perfeito numa onda intermediária para superar o irlandês Glenn Hall por 7,64 a 7,07 pontos.

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Os resultados mais inusitados foram os das vitórias do havaiano Dusty Payne e do australiano Adrian Buchan, que despachou Travis Logie por apenas 3,47 a 1,30 pontos. Já o líder da Tríplice Coroa Havaiana ficou quase a bateria toda sem o sul-africano Jordy Smith, que machucou o ombro nos corais e abandonou a disputa, mas ainda na liderança com a nota 3,00 que recebeu nesta onda. As séries entravam fechando tudo e o havaiano só pegou uma onda nos minutos finais para ganhar os exatos 3,03 pontos que precisava para vencer no desempate, pois ambos totalizaram 4,30 pontos. Dusty Payne garantiu seu retorno ao WCT na Tríplice Coroa Havaiana, entrou no Billabong Pipe Masters na vaga do contundido C. J. Hobgood e será o adversário de Gabriel Medina na terceira fase.

Se Medina vencer esta bateria, já tira Kelly Slater da briga pelo título mundial, mesmo que Slater repita a vitória no Billabong Pipe Masters. Avançando para a quarta fase, Gabriel Medina ainda obriga o australiano Mick Fanning chegar a final em Pipeline para superar os 58.800 pontos que já totalizaria no ranking. A sua bateria com Dusty Payne será a sexta, Fanning entra na nona com o francês Jeremy Flores que já tem uma coroa de Pipe Masters no currículo e Kelly Slater fecha a terceira fase contra outro brasileiro, o catarinense Alejo Muniz.

::: Confira o que Medina precisa para ser campeão mundial

As previsões indicam que as ondas continuarão grandes e desafiadoras neste domingo e o primeiro brasileiro a encarar Banzai Pipeline será o potiguar Jadson André, na quarta bateria contra o australiano Josh Kerr. Na quinta, tem mais duelo verde-amarelo no maior palco do esporte, agora entre os paulistas Miguel Pupo e Filipe Toledo que já garante o Brasil na disputa por vagas para as quartas de final. E na disputa seguinte, entra a esperança de um primeiro título do Brasil na história do Circuito Mundial iniciado em 1976, Gabriel Medina, para enfrentar Dusty Payne que garantiu o seu retorno ao WCT praticamente como campeão da Tríplice Coroa Havaiana.

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Veja as próximas baterias deste domingo

TERCEIRA FASE DO BILLABONG PIPE MASTERS

1.a: John John Florence (HAV) x Adam Melling (AUS)

2.a: Owen Wright (AUS) x Fredrick Patacchia (HAV)

3.a: Michel Bourez (TAH) x Matt Wilkinson (AUS)

4.a: Josh Kerr (AUS) x Jadson André (BRA)

5.a: Miguel Pupo (BRA) x Filipe Toledo (BRA)

6.a: Gabriel Medina (BRA) x Dusty Payne (HAV)

7.a: Kolohe Andino (EUA) x Julian Wilson (AUS)

8.a: Bede Durbidge (AUS) x Adrian Buchan (AUS)

9.a: Mick Fanning (AUS) x Jeremy Flores (FRA)

10: Joel Parkinson (AUS) x Sebastian Zietz (HAV)

11: Nat Young (EUA) x Kai Otton (AUS)

12: Kelly Slater (EUA) x Alejo Muniz (BRA)

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