Num momento de crise para a Organização Mundial do Comércio (OMC), o diplomata brasileiro Roberto Azevêdo foi eleito como novo diretor-geral da entidade. Ele venceu a disputa com o candidato mexicano Hermínio Blanco e substituirá o francês Pascal Lamy no cargo em agosto. A decisão só será anunciada oficialmente nesta quarta-feira aos 159 países membros da OMC, mas o resultado foi antecipado, no Brasil, pelo Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty).

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Esta foi a segunda vez em que o Brasil tentou chegar ao comando do órgão máximo do comércio internacional. Em 2005, quando Pascal Lamy foi eleito, o Brasil havia indicado a candidatura de Luiz Felipe de Seixas Corrêa. A OMC é responsável por resolver conflitos comerciais entre países-membros e já deu sucessivas vitórias ao Brasil em disputas desse tipo, inclusive contra os Estados Unidos.

Azevêdo é diplomata de carreira, tem 55 anos e está no Itamaraty desde 1983. Um dos principais desafios de Azevêdo será tentar retomar as negociações para liberalização internacional de comércio, empacadas há quase uma década, desde 2004. A fase atual se chama Rodada de Doha, em que países como o Brasil buscam derrubar subsídios agrícolas e barreiras técnicas em países desenvolvidos.

Desde 2008, Azevêdo é o representante do Brasil no órgão e atua como “negociador-chave”. Antes, ocupou diversos cargos relacionados a assuntos econômicos no Ministério das Relações Exteriores. Ele atuou em contenciosos como os casos de Subsídios ao Algodão (iniciado pelo Brasil contra os Estados Unidos), Subsídios à Exportação de Açúcar (iniciado pelo Brasil contra as Comunidades Europeias) e Medidas que Afetam a Importação de Pneus Reformados (litígio iniciado pelas Comunidades Europeias), além de chefiar a delegação brasileira na Rodada Doha.

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