Após reinar por anos como principal linha de crédito dos brasileiros, o cheque especial tem perdido adeptos. Dados do Banco Central (BC) mostram que, proporcionalmente, o uso dessa opção nunca foi tão baixo. Hoje, o limite da conta é fonte de 34% dos empréstimos realizados pelas famílias. Há dez anos, eram 60%.
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Mas a troca embute um problema grave: os clientes têm migrado para uma opção ainda mais cara, o cartão de crédito – que tem o maior juro entre as operações bancárias. Em abril, 26,8% de todo o crédito da pessoa física foi tomado no dinheiro de plástico, novo recorde. Bancos admitem que “pode haver problema” se a expansão continuar no atual ritmo por muito tempo.
Como meio de pagamento, a migração do cheque para o dinheiro de plástico é um movimento esperado e que aconteceu em praticamente todos os países. Mas, no Brasil, a troca tem uma particularidade: gerou mudança no perfil do endividamento das famílias – já que o juro do cartão é muito maior que o praticado no cheque. O uso do limite da conta cobra 161,3% ao ano; enquanto o rotativo do cartão cobra 238,3%.