O contribuinte brasileiro trabalhou em 2008 até esta terça-feira somente para pagar os impostos, taxas e contribuições exigidos pelos governos municipal, estadual e federal. Os dados, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), indicam que dos 148 dias trabalhados neste ano só para pagar os tributos, 84 são provenientes de impostos sobre o consumo, 54, sobre a renda, e 11, sobre o patrimônio.

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O estudo mostra que, na década de 1970, o contribuinte tinha de trabalhar, em média, 76 dias para pagar os tributos. Depois, na década de 1980, foram necessários 77 dias e na década de 1990, 102 dias. Em 2007, o contribuinte trabalhou 146 dias para pagar todos os tributos e em 2006, 145.

Os catarinenses pagaram até agora R$ 3,5 bilhões em impostos. Só com a arrecadação dos moradores de Florianópolis, os governos já recolheram quase R$ 300 milhões.

No setor industrial, calcula-se que 1,5% do faturamento anual é destinado para cumprir com as obrigações tributárias. O vice-presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Glauco Côrte, explica que a alta carga de impostos sobre os produtos brasileiros dificulta as negociações no mercado externo e a concorrência com os produtos importados aqui no Brasil.

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De acordo com o IBPT, os cidadãos da Suécia têm de trabalhar 185 dias por ano para pagar seus tributos, os da França, 149, os da Argentina, 97, e os do México, 91. No Estudo Sobre o Verdadeiro Custo da Tributação Brasileira, o instituto alega que o sistema de cálculo da carga tributária brasileira esconde o real impacto dos tributos no preço final de mercadorias e serviços.

De acordo com o documento, a alíquota nominal do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), por exemplo, que é de 18%, resulta em uma alíquota efetiva de 21,95% sobre o custo da mercadoria.

Isso porque, segundo o IBPT, a técnica de incidência de impostos no Brasil inclui o tributo em sua própria base de cálculo. Ou seja, os impostos no país incidem sobre o preço final do produto ao consumidor (já acrescido de impostos), e não sobre o valor do produto (não acrescido dos impostos).

Impostômetro

Hoje, a Associação Comercial de São Paulo inaugurou o novo impostômetro, localizado na fachada de sua sede, na região central da cidade. No painel eletrônico, foram incluídas casas decimais dos trilhões de reais.

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De acordo com a associação, o dispositivo mostra em tempo real a valor dos tributos pagos no país desde o início do ano. A estimativa da entidade é de que, no dia 22 de dezembro, o impostômetro atinja a marca de R$ 1 trilhão.