O brasileiro Caio Benício, de 43 anos, está sendo considerado um herói na Irlanda após impedir a continuidade de ataques com facas em Dublin, na capital do país. O homem, que trabalha como entregador, estava em sua moto, na última quinta-feira (23), quando viu o agressor esfaqueando uma menina de 5 anos. Ele usou seu capacete para dar golpes no suspeito. As informações do g1. 

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A internet se comoveu com o ato de coragem de Caio e, na sexta-feira (24), foi aberta uma campanha de vaquinha virtual para o entregador com o nome: “Compre uma cerveja para Caio Benício”. A meta era de 200 mil euros, entretanto, até a manhã desta segunda-feira (27), o valor arrecadado já ultrapassava R$ 1,9 milhão. 

“Não me considero herói”, diz Caio 

Em entrevista ao g1, Caio explicou que trabalha como entregador no país e não pensou duas vezes após passar e ver a situação.

— Eu trabalho de delivery e estava passando em frente a uma escola quando eu vi uma briga na calçada. Eu achei, a princípio, que fosse uma briga normal com um homem e uma mulher. Depois eu fiquei sabendo que ela era professora da escola. Eles estavam brigando e puxando uma garotinha —  contou Caio.

O homem ainda contou que não se esquece da imagem de uma criança ferida e dos pais desesperados em busca de informações.

— Eu não me considero herói. Acho que a atitude que eu tive foi de instinto. Quem tem filho, criança, faria o mesmo. Você vê um cara grandão, com uma faca, com uma menininha de 5 anos… Qualquer um faria o que eu fiz. Eu estava no lugar certo, na hora certa.

Entregador foi recebido por premier na Irlanda

Caio usou as suas redes sociais nesta segunda-feira para compartilhar a notícia de que foi recebido pelo primeiro-ministro da Irlanda, Leo Varadkar, e homenageado com uma medalha pelo ato de coragem após o ataque em Dublin. 

“Foi uma grande honra conhecer o Primeiro-Ministro Leo Varadkar e receber uma medalha pelo meu ato de coragem”, escreveu ele.

Caio mora na Europa há um ano

O entregador nasceu no Rio de Janeiro e se mudou para a Irlanda há um ano, em busca de melhores condições de vida para a família. Ele tem dois filhos e tinha um restaurante em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, que pegou fogo há três anos. Ele contou que o seguro não pagou todo o prejuízo e buscou outras formas de sustentar a família.

— Na hora você não tem muito tempo para pensar. As pessoas perguntam e dizem que é ato de bravura, de coragem. Mas quando você vê um homem com uma faca e uma garotinha muito pequena, você não tem tempo para pensar. Age por instinto. Eu agi por instinto. Joguei a moto no chão e fui para cima.

Caio conta que permaneceu no local até a chegada da polícia para prestar depoimento. Ele conta que pensou nos filhos e se colocou no lugar dos pais, que correram até a escola para buscar as crianças.

*Sob supervisão de Diane Ziemann

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