O O franco-brasileiro Patrick Beven, 25 anos, foi o grande campeão da segunda edição do Onbongo Pro Surfing, na Praia Mole, em Florianópolis (SC).

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Criado nas ondas de Itacoatiara, em Niterói (RJ), e há 10 anos residindo em Biarritz, na França, Beven eliminou o catarinense número um do ranking Neco Padaratz nas semifinais, mas derrotou três surfistas estrangeiros na decisão para conquistar sua primeira vitória em uma etapa importante do World Qualifying Series (WQS), competição de acesso ao WCT (World Championship Tour), a primeira divisão do surfe mundial.

O último dia da “perna brasileira” do circuito mundial foi de muito sol e boas ondas de 1,5 metro de altura na lotada Praia Mole. Na grande final, o brasileiro naturalizado francês superou o australiano Tom Whitaker (vice-campeão), o havaiano Bruce Irons (terceiro lugar) e outro australiano, Lee Winkler (quarto).

Pela vitória, Patrick faturou o prêmio máximo de US$ 15 mil e, com os 2.500 pontos recebidos, subiu da 59ª para a 24ª posição no ranking do WQS.

A lista provisória dos 15 surfistas que são classificados para o WCT está indo até o 21º colocado, posição que passou a ser ocupada pelo baiano Armando Daltro. A última etapa da temporada será disputada entre os dias 11 e 23 no Havaí.

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– Não sei nem o que dizer, mas quero agradecer todo o Brasil que está comigo neste momento – foram as primeiras palavras do campeão do Onbongo Pro Surfing 2003, que não conseguiu esconder a emoção pela vitória.

– Sempre acreditei no meu surfe, foram muitos anos de treino e eu sabia que a minha hora iria chegar. Confesso que me perdi um pouco nas noites nos últimos anos, mas voltei a me concentrar somente nas competições e os resultados começaram a aparecer – contou Patrick Beven, que vem de duas vitórias em etapas menores do WQS nas Ilhas Canárias, para se sagrar campeão europeu de 2003.

– Era um título que eu buscava e que faltava no meu currículo. Estou vivendo um momento especial na minha vida e agora veio essa vitória num seis estrelas do WQS e o que me deixa ainda mais feliz é que ela aconteceu aqui no Brasil – falou Patrick, que agora tem chances reais de repetir o feito de outro surfista carioca que há 10 anos reside na França, Eric Rebiere, que já garantiu sua classificação para o WCT do ano que vem.

– No Havaí, a onda é totalmente diferente daqui ou da Europa, mas vou para lá com mais confiança para tentar entrar no WCT também – prometeu Beven.

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Além da vitória no Onbongo Pro Surfing 2003, sua outra grande façanha na Praia Mole foi ter barrado os líderes do ranking Neco Padaratz (SC) e Trent Munro (AUS), na disputa pelas duas últimas vagas na grande final.

– Tava todo mundo torcendo por ele (Neco Padaratz) e até peço desculpas para o público, mas muitas vezes eu também ficava na areia torcendo pelo Neco, só que os outros também têm que ter sua chance e a minha veio agora. Estou muito feliz – completou Beven.

O resultado do Onbongo Pro Surfing 2003 não provocou grandes mudanças na ponta do WQS. Eliminados juntos na segunda semifinal, Neco Padaratz manteve-se na frente do ranking, com o australiano Trent Munro em segundo lugar.

Já na outra ponta da tabela, Crhis Ward (EUA), Peterson Rosa (PR) e Armando Daltro (BA), passaram a aparecer na lista dos 15 surfistas que o WQS indica para completar a elite mundial do WCT.

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Mas, eles vão precisar de um bom resultado em Haleiwa Beach, no Havaí, para garantir a classificação pelo ranking de acesso do Circuito Mundial de Surfe Profissional.

No momento, a única novidade brasileira confirmada é o carioca Raoni Monteiro em sétimo lugar, mas outros seis estão no grupo dos 15 do WQS: Neco Padaratz (1º), o pernambucano Paulo Moura (4º), o cabo-friense Victor Ribas (15º), o potiguar Marcelo Nunes (17º), o paranaense Peterson Rosa (20º), o baiano Armando Daltro (21º), e o paulista Renan Rocha (22º). Confira no quadro abaixo a listagem completa.