Aventureira por natureza, a paranaense Michaela Fregonese, 43, chamou atenção do mundo em dezembro do ano passado, quando desceu uma parede gigantesca em Jaws e se tornou a mulher a surfar a maior onda no Havaí. Agora, ela almeja um feito ainda mais impressionante na Praia do Norte, em Nazaré.
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Michaela chegou em Portugal há poucos dias e começou os treinamentos ao lado da dupla portuguesa Joana de Andrade, com quem vai para a terceira temporada. Elas estão de olho na ondulação portuguesa, que promete crescer entre os dias 15 e 20 de fevereiro.
Canhão de Nazaré desperta para a temporada de ondas gigantes em Portugal
A big rider brasileira acredita que pode quebrar os próprios recordes em Nazaré, onde surfa desde 2018 e já teve experiência com ondas de 20 metros. Em Jaws, em dezembro, encarou um swell de 21 metros.
– Claro, com certeza quero bater meus recordes. Acho que os recordes estão aqui em Nazaré, que faz aquela formação de pirâmide. Quando o vento e a ondulação estão certas, forma uma onda perfeita. A que eu peguei em Jaws quase bateu o recorde – conta, em entrevista ao NSC.
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Michaela não chegou a surfar no mar “kamikaze” impulsionado pela tempestade Hermínia, com ondas acima dos 20 metros. Ela prefere esperar pelas ondas gigantes, mas em um ambiente não tão tempestivo.
– Já me machuquei mil vezes no mar, já bati a cabeça, cortei a sobrancelha e a barriga. Cheguei em Nazaré para o vento bom. Tomara que não tenha aquela ventania toda. Você fica com tanto medo que nem é confortável e a onda fica cheia de bumps – explica.
A big rider foi indicada ao Big Wave Awards – o “Oscar das ondas grandes” – por uma onda gigante surfada em Jaws em 2019. Em Nazaré, ela participa do Big Wave Grand Prix, mas ficou de fora do Tudor Nazaré Big Wave Challenge, competição que funciona somente por convite.
– Também queria participar do Tudor, venho me preparando pra isso. Como peguei essa onda em Jaws e a Maya Gabeira se aposentou, achei que poderia. Ou pelo menos a Joana – admite.
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Segundo o Guinness Book, Maya Gabeira detém o recorde da maior onda surfada por uma mulher. A ondulação teve 22,4 metros em fevereiro de 2020. A francesa Justine Dupont, que está em Nazaré, surfou uma onda de 21,5m na mesma época que a brasileira e é outra que busca superar números ainda maiores.
Michaela começou no bodyboard aos 12 anos e, quatro anos depois, adotou a prancha e não parou mais. A paranaense também está de olho no mundial de ondas gigantes que será disputado no Brasil entre abril e maio no litoral catarinense de Jaguaruna.
– Esse estou dentro. Sei que tenho aptidão física e quero ganhar na remada no Brasil – finaliza.
Diego Guichard é correspondente do NSC Total em Portugal