O Estádio de Wembley é tão imponente, tão parte do espetáculo, tão mítico, que ele se comunica com alguns atletas. Não com qualquer jogador. Só com os especiais, diferenciados, capazes de brilhar tão intensamente que mereçam ali correr por 90 gloriosos minutos.
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Wembley não pôde dar boas vindas a Pelé, o melhor de todos os tempos nunca pisou no chamado “templo do futebol”. Então, quando brasileiros ali jogam, ele escancara suas centenas de portões com mais vontade e alegria.
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De tanto bater papo com Sir Bob Moore, Wembley reservou um lugarzinho para o mestre do Fair Play, bem em sua entrada, com uma estátua que deixa o recado: aqui, só pisa quem trata bem a “gorduchinha”.
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Neste sábado, às 11h (horário de Brasília), diante do México, a história espera o Brasil. A amarelinha sempre ditou as regras, o país do futebol gosta de pisar em grandes palcos. Maracanã, Monumental de Nuñes, Azteca e Camp Nou já enviaram e-mail ao irmão mais velho Wembley, recomendando tratamento especial ao convidado de hoje.
Decepção na semana passada
Na semana passada, Wembley ficou decepcionado. Pela primeira vez abrigou o futebol feminino. Até ficou feliz por ver sua Inglaterra eliminar o Brasil, mas se sentiu culpado: percebeu que seu gigantismo assustou as brasileiras e impediu que elas jogassem futebol.
Por este motivo, hoje ele não quer zebras. Seu gramado, seus 2618 banheiros e 90 mil cadeiras toda sua infra-estrutura está prontinha e o anfitrião exige o brilho de Neymar e os gols de Damião.
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Gols que fascinam Wembley. Ele ouviu falar deste atacante que ousa dar “lambreta” contra os argentinos e que fez gol decisivo em Libertadores. O gigante assusta, mas é democrático. Não quer saber se o sujeito começou em berço esplêndido, ou se já ralou nos gramados do Hermann Aichinger, em Ibirama.
Banho de loja e desejo de gols
Acostumado com decisões de Mundiais e ligas dos campeões, Wembley passou por um banho de loja. Está bonitão na nova versão, moderno, atualizado, mas não perdeu o respeito que conquista desde que nasceu, em 1923.
Wembley quer gols. Ontem, véspera do jogo, ele estava quieto, adormecido. Quando acordar hoje, desperto pelos gritos dos barulhentos brasileiros e mexicanos, vai olhar para os lados e, quando avistar o ônibus da delegação brasileira, vai logo dizer:
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– Bem-vindos, joguem e honrem Sir Charles Muller. Ganhem a única honraria que o “Brazil” ainda não tem.
Vai dar um cumprimento especial em Neymar e cochichar:
– O tapete verde é todo seu.
E dar uma piscadela para Damião:
– Gol aqui é sagrado. Faça dois, seja o maior goleador olímpico do Brasil e seu passaporte para a glória estará carimbado.
E, em ar solene, inglês formal e encorpado, dirá:
Welcome, Sir Damião.
Ficha técnica
Brasil
Gabriel; Rafael Silva, Thiago Silva, Juan, Marcelo; Sandro, Rômulo, Alex Sandro, Oscar; Neymar, Leandro Damião
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Técnico: Mano Menezes
México
Jesús Corona; Israel Jiménez, Hiram Mier, Diego Reyes, Darvin Chávez; Carlos Salcido, Jorge Enríquez, Javier Aquino, Marco Fabián, Miguel Ponce; Oribe Peralta
Técnico: Luis Fernando Tena
Horário: 11h
Local: Estádio Wembley, em Londres