Um Brasil Tennis Cup em ritmo olímpico e moldando nossas meninas rumo à consolidação do crescimento do tênis feminino brasileiro. Este é o mantra profetizado pelo diretor do torneio, Rafael Westrupp, no lançamento oficial do evento que integra o circuito WTA e que ocorre em Florianópolis entre 25 de julho e 1º de agosto.

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A estratégia é tão voltada para o momento das brasileiras que até uma manobra técnica foi programada: as competições deixam as quadras de piso duro (cor roxa) da Federação Catarinense de Tênis (FCT) e passam para o saibro do Costão do Santinho.

O duelo perde um pouco da identidade visual que o marcou nas duas edições anteriores, mas é por dois bons motivos: primeiro e mais importante, o quesito técnico, já que em quadras mais lentas as brasileiras rendem melhor; segundo, a questão psicológica e motivacional, já que, com ingressos gratuitos, é quase certa a presença de uma torcida vibrante ao lado das atletas. A ideia é reviver alguns grandes momentos do tênis brasileiro, principalmente edições da Davis com Guga e cia brilhando.

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E o foco de tudo isso são duas atletas: Bia Haddad e Teliana Pereira. Holofotes nas duas melhores ranqueadas brasileiras e proclamadas estrelas do torneio que já teve Venus Williams como protagonista. Teliana ostentando a posição 76 no ranking e Bia com a posição 148 terão excelente oportunidade de tentar chegar a uma final ou, pelo menos, emplacar uma semi e garantir pontuação importante e estratégica visando à presença nos Jogos Olímpicos do Rio de janeiro.

Westrupp fez questão de destacar as meninas na coletiva de lançamento, mesmo que jovens promissoras do tênis mundial estejam presentes. Vale lembrar que Teliana, depois de 27 anos, conquistou um WTA para o Brasil, o de Bogotá. A tenista está confiante para Florianópolis.

– A mudança de piso irá beneficiar as brasileiras este ano, eu gostei, é meu piso favorito, onde eu me sinto melhor e mais confiante – avaliou.

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Ainda sobre o piso, Wetrupp fez um alerta.

– A mudança é este ano, já que ano que vem voltaremos para a quadra dura. O torneio ocorre pouco antes da Olimpíada e aí teremos muitas tenistas de altíssimo nível se candidatando para a última preparação antes dos Jogos – ressaltou.

Bia Haddad também entrou na chave principal do torneio, isso com apenas 19 anos.

— Vai ser uma semana especial, a mudança de piso favorece as sul-americanas, que têm um ritmo mais lento, vamos conseguir impor nosso jogo – avalia Bia.

A evolução das brasileiras é progressiva desde que o WTA ganhou duas edições no Brasil (além de Floripa o Rio tem uma etapa). Teliana pulou de 116 no ranking em 2013 para 76 este ano e Bia de 287 em 2014 para 148 em 2015.

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Além das brasileiras, destaque para Bethanie Mattek-Sands, norte-americana campeã de duplas no Australian Open, e para as duas melhores ranqueadas do toneio, a alemã Annika Beck (66 do mundo) e campeã do WTA Luxemburgo no ano passado, e a sueca Johanna Larsson (72 no ranking). Também estará em Floripa a jovem Ajla Tomlijanovic, que com apenas 22 anos já disputou sua primeira final de WTA na Tailândia.

O card do evento terá como destaque atletas em franca evolução no ranking e que devem brilhar no circuito mundial na próxima década. Serão 21 tenistas de 14 países, sendo que lista de inscrição do qualifying se encerra no próximo dia 7 julho.

Entrevista Rafael Westrupp, diretor do Brasil Tennis Cup

Qual a relação do bom momento do tênis feminino brasileiro com o Brasil Tennis Cup?

Westrupp: Atingimos antecipadamente algumas etapas, as tenistas brasileiras estão em condições de se tornarem estrelas desta competição antes do que tínhamos programado com a vinda de um torneio WTA para Florianópolis. A Bia, a Teliana, a Paula Gonçalves, a Gabriela Cé e toda uma equipe que vai jogar os Pan-Americanos e vai estar nas disputas desta edição. São tenistas que pela primeira vez têm condição de entrar na chave principal de um torneio como este que distribui US$ 250 mil dólares de premiação. Para se ter uma ideia, quando a Federação adquiriu o WTA em 2012 nossa melhor ranqueada era a Teliana, número 297 no mundo, hoje é a 74ª colocada. A Bia era número 700, hoje com 19 anos está em 148º, portanto com méritos individuais e também com todo um investimento elas não precisam mais de convites para participar.

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E a expectativa da participação brasileira este ano?

Westrupp: Se as meninas tiverem sabedoria, aproveitarem o fator torcida, o fator saibro, com certeza poderão dar um passo maior em termos de ranking internacional. Podemos aproveitar os convites para alocar mais brasileiras além da Bia e da Teliana, a tendência é que possamos ter até cinco brasileiras na chave principal, o que é louvável e comprova que valeu a pena a coragem de trazer um torneio WTA para Florinópolis.

Já há um legado do WTA?

Westrupp: Foi muito importante o primeiro momento em que o Brasil Tennis Cup veio para a Federação Catarinense em função do desenvolvimento dos jogadores e do fortalecimento das federações, a FCT é uma das duas no Brasil que tem sede própria e que conta com quadras de alto nível para treinamento e jogos. Então hoje temos muito melhores condições de que nossas atletas brilhem em nível internacional.

Há uma estratégia este ano voltada para as brasileiras?

Westrupp: Era muito triste ver como estava nosso tênis femino num passado muito próximo. Este panorama mudou muito, logicamente que o objetivo maior é chegar forte nos Jogos Olímpicos Rio-2016, hoje a possibilidade é enorme de termos duas atletas e até uma terceira para compor dupla e é importante ressaltar que o Brasil Tennis Cup conta no prazo para os pontos do ranking que vai decidir a classificação para a Olimpíada. Além disso o Costão é um palco histórico, tivemos três Davis disputados lá, o último em 2007 com o Guga jogando.

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Evolução pós Brasil Tennis Cup

Ranking 2013

116 – Teliana Pereira

340 Paula Gonçalves

381 Maria Fernanda Alve

437 Ana Clara Duarte

Ranking 2014

103 Teliana Pereira

263 Laura Pigossi

287 Beatriz Haddad

293 – Gabriela Cé

Ranking 2015

76 Teliana Pereira

148 Beatriz Haddad

238 Paula Gonçalves

244 Gabriela Cé

As principais atletas do torneio

Annika Beck (ALE) – 66

Johanna Larsson (SUE) – 72

Teliana Pereira (BRA) – 76

Tatjana Maria (ALE) – 79

Ajla tomljanovic (CRO) – 81

Yulia Putintseva (KAZ) – 93

Louisa Chirico (EUA) – 111

Paula Kania (POL) – 128

Laura Siegemund (ALE) – 133

Sara Tormo (ESP) 146