Campeoníssima, a catarinense “Duda” Amorim busca sua primeira medalha olímpica. É praticamente o que falta numa carreira que soma os títulos: mundial (2013), bi europeu (2012 – 2013), bi panamericano (2007 – 2011) e de melhor jogadora de handebol do mundo em 2014.
Continua depois da publicidade
A armadora esquerda de 29 anos dedicou as férias para treinar na terra natal, Blumenau, antes de se concentrar com a seleção.
“O nosso preparador físico da Dinamarca mandou um trabalho de preparo físico para a gente e estou seguindo: um dia pista, outro dia academia. Então eu não pude aproveitar muito minhas férias, mas foi bem produtivo e estou chegando lá bem fisicamente”.
Depois de ajudar o Brasil a fazer a melhor campanha olímpica da história em Londres 2012 e do inédito título mundial em 2013, Duda acredita que a modalidade tem uma chance única de conquistar a medalha.
“É possível, sim, o Brasil conquistar uma medalha. Na verdade, é uma chance única. Nossa! É um grupo que está há muito tempo junto e depois dessa Olimpíada vai ser renovado para começar um novo ciclo. Atletas tão experientes e maduras que a gente tem agora vai ser muito difícil juntar novamente. Então, a gente está se preparando da melhor maneira possível. Estamos muito focadas dando o nosso máximo. Estamos dando até a alma para realmente jogar bem, chegar lá bem, jogar feliz, que é o nosso estilo, e lógico, conquistar uma medalha para o Brasil”.
Continua depois da publicidade
O Brasil está no grupo A na disputa pela medalha. Na primeira fase enfrenta seleções como a Noruega, atual campeã olímpica e mundial, Romênia, terceira colocada no último mundial, Montenegro, atual vice-campeã olímpica, e Espanha, terceira colocada na última Olimpíada. Para Duda, o início é prova de fogo.
“Será um campeonato muito difícil para a gente. A primeira fase realmente é uma prova de fogo. São cinco equipes tops, incluindo o Brasil, lógico, para quatro vagas. Vai ser bem difícil, mas nosso objetivo é medalhar. Nós vamos ter que estar preparadas para essa primeira fase e depois para os cruzamentos que são a parte mais importante”.
Em 2014, Duda sofreu uma grave lesão com ruptura total do ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo e teve que operar. A longa recuperação a tirou do Pan de Toronto, mas não do Mundial da Dinamarca. Infelizmente o bicampeonato não veio, mas ela conseguiu voltar a jogar e agora se sente 100% fisicamente.
“Eu já sinto que estou 100%. Depois do Mundial eu consegui alcançar a performance de antes. Consegui jogar bem na Liga dos Campeões desse ano e estou satisfeita. Graças a Deus consegui vencer todos os meus medos, porque foi realmente uma fase muito difícil. Recuperar de uma lesão todo mundo sabe que é difícil tanto na parte física de recuperar totalmente a coordenação para o esporte quanto a dificuldade mental de vencer todos os medos e superar todos os momentos ruins. Graças a Deus eu passei por isso tudo, isso já faz parte do meu passado, e já estou olhando para a frente e me preparando para a Olimpíada que é o campeonato mais importante para mim. Eu me sinto preparada, 100%, e acredito que vou ajudar muito bem a minha equipe.”
Continua depois da publicidade
Das 14 jogadoras convocadas para a Olimpíada, 13 atuam na Europa. O técnico é o dinamarquês Morten Soubak. Duda fala da influência europeia e de como isso mudou a história do handebol feminino brasileiro.
“O fato de jogar na Europa realmente ajuda muito na questão da experiência e do dinamismo. A gente consegue jogar no mesmo nível delas. Jogando na Europa a gente acaba aprendendo com elas também. Elas são jogadoras muito frias e isso é muito bom numa parte do jogo que está mais difícil manter essa frieza. Mas a gente não esquece que jogamos com o coração, que somos brasileiras, que lutamos bastante, e é sempre bom ter essa identidade.”
#CatarinensesOlímpicos – Duda Amorim treinou em Blumenau antes de concentrar com a seleção para buscar a medalha. pic.twitter.com/a9nfF59IyY
— Mateus Boaventura (@MatBOAVENTURA) July 25, 2016