O promissora campanha do Brasil pelo Hexa na Copa do Mundo da Rússia acabou. Diante de um adversário cirúrgico e em dia de pontaria descalibrada, a Seleção foi derrotada por 2 a 1 e deu adeus à competição nas quartas de final, nesta sexta-feira em Kazan.

Continua depois da publicidade

Apesar de dominar a posse de bola e de criar inúmeras chances, Neymar e companhia não souberam converter as ocasiões em gol e viram uma Bélgica oportunista abrir 2 a 0 de vantagem no primeiro tempo, com gol contra de Fernandinho, aos 13 minutos, e Kevin De Bruyne, aos 31.

De tanto martelar, a Seleção conseguiu recolocar emoção no jogo no segundo tempo com Renato Augusto, que diminuiu o prejuízo de cabeça aos 31, mas foi só.

Enquanto de um lado o Brasil sofreu com atuação abaixo da crítica de Fernandinho, Paulinho, Willian e Gabriel Jesus, os belgas e seu trio de ouro, formado por De Bruyne, um maestro em campo, Eden Hazard, imparável pelas pontas, e Romelu Lukaku, um tanque como centroavante, brilharam intensamente.

Continua depois da publicidade

Já Neymar não conseguiu dar sequência ao seu crescente rendimento durante a Copa. Embora nunca tenha se escondido do jogo, o camisa 10 da Seleção somou decisões equivocadas, perdeu bolas fáceis e, quando teve a chance de marcar, não conseguiu superar o gigante goleiro belga Thibaut Courtois.

Muitas vezes ridicularizada no passado pelos fracassos nas Eurocopas de 2012, 2016 e na Copa do Mundo do Brasil em 2014, os belgas mostraram de uma vez por toda ao mundo que sua “Geração Dourada”, repleta de jogadores talentosos que brilham nas maiores equipes do mundo, tem tudo para deixar sua marca na história do futebol.

Agora, enquanto o Brasil volta para casa, os Diabos Vermelhos seguirão na missão de conquistar sua primeira Copa do Mundo contra a França pelas semifinais do Mundial russo, na próxima terça-feira em São Petersburgo.

Continua depois da publicidade

– Bélgica cirúrgica –

Ao som do apito inicial, o panorama da partida se mostrava favorável para o Brasil. Dominando a posse de bola e chegando com facilidade à área belga, a abertura do placar pelo Brasil parecia ser questão de tempo.

Nos primeiros 10 minutos, após duas cobranças de escanteio, Thiago Silva acertou a trave e Paulinho, sozinho na marca do pênalti, não conseguir finalizar com perigo.

Enquanto o Brasil desperdiçava boas chances, a Bélgica, até então inofensiva no jogo, contou com a sorte para abrir o placar.

Continua depois da publicidade

Em escanteio aos 13 minutos, Hazard mandou para a aérea brasileira e Fernandinho, sozinho no lance, furou ao tentar afastar o perigo de cabeça na primeira trave, mandando a bola de braço para as redes de Alisson, que nada pôde fazer.

A vantagem no placar antes dos 15 minutos era tudo que a Bélgica poderia ter sonhado para o jogo. Assim, os comandados de Roberto Martínez encontraram a desculpa perfeita para recuar de vez e esperar as investidas brasileiras, partindo em velocidade nos contra-ataques com os brilhantes De Bruyne, Hazard e Lukaku.

Enquanto os Diabos Vermelhos esperavam para dar o bote, o Brasil mantinha domínio da posse de bola e continuava rondando a área do adversário com perigo, mas esbarravam na falta de pontaria ou no paredão Thibaut Courtois.

Continua depois da publicidade

Aos 15, Neymar fez ótima jogada pela esquerda, se livrou de dois marcadores e cruzou na pequena área para Gabriel Jesus, que não conseguiu definir. Já os chutes de Coutinho (19) e Marcelo (26) da entrada da área foram defendidos pelo goleirão belga.

Do outro lado, uma Bélgica absolutamente cirúrgica deu uma aula de velocidade, qualidade no passe e precisão de chute.

Aos 31, Lukaku fez ótimo pivô para cima de Miranda, partiu em velocidade e tocou para De Bruyne. O craque belga armou o chute e mandou um tiro certeiro para marcar o segundo gol dos europeus.

Continua depois da publicidade

– Brasil martela, Hazard inferniza –

Com o Brasil bem postado em campo, mas pecando na pontaria, Tite promoveu a entrada de Roberto Firmino no intervalo no lugar de Willian e recuou Gabriel Jesus, apostando na formação 4-4-2 que dominou o México nas quartas de final.

Deu certo. Muito ofensivo, o Brasil aumentou a pressão sobre a zaga belga. A pontaria, porém, continuou descalibrada.

Assim, ninguém apareceu para mandar para as redes um cruzamento rasteiro de Marcelo que passou por toda a área (50). Paulinho invadiu a área e chutou em cima de Courtois (53). Já Gabriel Jesus, depois de colocar a bola entre as pernas de Vertonghen, demorou para chutar e foi travado por Kompany na sobra (57).

Continua depois da publicidade

Enquanto isso, a Bélgica seguia à risca sua ideia de jogo. Se fazia de morta, mas acordava em lampejos de velocidade impressionantes. Nesse cenário, quase matou o jogo com Hazard, que mandou para fora, de dentro da área, um contra-ataque preciso iniciado por De Bruyne (61).

De tanto tentar, alguma bola do Brasil teria que entrar.

Aos 31, Renato Augusto, que entrou bem no lugar de Paulinho, apareceu na área e cabeceou para as redes um belo lançamento de Coutinho.

O gol colocou fogo nos minutos finais da partida, mas uma muito bem postada Bélgica soube aproveitar o desespero brasileiro para se mandar ao ataque em velocidade diversas vezes com Hazard, que só era parado com faltas, esfriando o jogo.

Continua depois da publicidade

No tudo ou nada dos acréscimos, a última cartada brasileira veio com seu maior craque.

De frente para o gol, Neymar recebeu passe de Douglas Costa e mandou um lindo chute colocado, mas Courtois selou sua atuação perfeita com uma defesaça, garantindo a “Geração Dourada” da Bélgica nas semifinais da Copa.

* AFP