O governo brasileiro defendeu nesta quarta a necessidade de os países emergentes se reunirem para analisar a crise financeira e adotarem uma posição conjunta para enfrentá-la. O chanceler Celso Amorim sugeriu a possibilidade de fazer isso em Washington, na próxima semana:

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– Se, como muitos dizem, os países emergentes são mais parte da solução que do problema, então é necessário que também tomem parte da decisão – afirmou Amorim.

Em declarações à imprensa no Rio de Janeiro, Amorim disse esperar que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, aproveite as reuniões anuais de governadores do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial para conversar sobre a crise com outros países emergentes:

– Acho que é importante que Mantega defenda lá, ou talvez depois, a necessidade de uma coordenação com outras economias emergentes, como as do chamado Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) – assegurou o chanceler.

Segundo Amorim, a reunião de países emergentes pode acontecer paralelamente à do FMI, em Washington, ou quando os ministros da Fazenda dos países em desenvolvimento que se opõem aos subsídios dos países ricos se reúnam no Brasil neste mês:

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– Também considero importante que tenhamos no Mercosul uma resposta à crise financeira. Eu sugeri ontem, por carta, a Mantega, e ele teve uma reação inicial positiva – disse o ministro.

Amorim defendeu uma reforma dos atuais organismos internacionais financeiros, como o FMI e o Banco Mundial, para que possam encarar também os problemas dos países ricos.

– A crise de hoje não é dos países pobres. É dos países ricos, mas pode ter efeitos nos países pobres. Por isso é necessário que o FMI volte a ser grande – assegurou.

GRÁFICO: entenda a crise global