Um estudo da rede Observatório do Clima (OC) aponta que o Brasil precisa reduzir em 92% as emissões de gases do efeito estufa até 2035, para contribuir de forma justa com a proposta de limitar em 1,5°C o aquecimento global. A proposta de meta climática será apresentada pelo país durante a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém do Pará.

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Segundo o OC, essa redução significaria chegar até a metade da próxima década emitindo, no máximo, 200 milhões de toneladas de gases de efeito estufa. Atualmente, a emissão líquida do Brasil é de cerca de 2,3 bilhões de toneladas de gases. O país é o sexto maior emissor de gases do planeta.

Essa redução de emissões foi divulgada pelo OC em sua proposta de Contribuição Nacional Determinada (NDC, na sigla em inglês), para o Acordo do Clima de Paris, que deve ser apresentada pelo Brasil até fevereiro do próximo ano.

— É um cálculo para a necessidade do que o planeta precisa. É um cálculo feito entre o que seria justo, contando o histórico do Brasil de colocar [metas] em uma NDC, e também o que é possível a gente fazer olhando para o que nós precisamos de esforço para manter 1,5°C — explica Márcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima.

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A proposta segue as orientações do Balanço Global do Acordo de Paris, finalizado na COP28 em Dubai, no último ano. O balanço examina como os países estão cumprindo suas metas em relação às mudanças climáticas definidas pelo Acordo de Paris, o tratado internacional assinado em 2015, durante a COP21 na capital francesa.

Para alcançar a meta de redução de 92% das emissões de gases, a NDC do Brasil propõe a redução do uso de combustíveis fósseis no Brasil em 42% (80% do carvão mineral, 38% dos derivados de petróleo e 42% do gás fóssil).

Além disso, para atingir a meta proposta pelo Observatório do Clima, o país deve alcançar outras ambições como o desmatamento zero até 2030, a recuperação de 21 milhões de hectares de vegetação nativa, o combate à degradação e proteção de seus biomas, as transições energéticas e à prática de agropecuária de baixa emissão, além de uma gestão adequada dos resíduos no país.

*Sob supervisão de Andréa da Luz

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