“Dia 9 de dezembro é o Dia Internacional contra a Corrupção, data referência pela assinatura da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, ocorrida na cidade mexicana de Mérida em 2003, ocasião em que mais de 100 países assinaram o comprometimento, dentre os quais, o Brasil. O Brasil demonstrou uma ligeira decadência nos indicadores do relatório divulgado recentemente, com um índice oficial de avaliação médio, numa escala de zero a cem, de 42 pontos, passando para a posição 72º entre 177 países avaliados pelo Índice de Percepção da Corrupção (IPC) da Transparência Internacional. O Brasil continua avesso aos padrões de modernidade desejados.
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As recentes manifestações ocorridas nos mês de junho 2013, marcadas pela exigência de melhorias nos serviços públicos e, notadamente, pelo fim da corrupção no trato da coisa pública, demonstram a grave crise de representatividade que vivenciamos, o que não é diferente do que ocorre em quase todo o Planeta, onde a corrupção internacional é a lei do mercado. A profusão, a bazófia, as especulações, a voracidade do mercado, a doença do egoísmo, os interesses econômicos, o tráfico de influência, demonstram visivelmente a corrupção que campeia o comando do poder. Infelizmente, a impunidade no Brasil resguarda os “intocáveis”, revelando a cumplicidade da camada dominante.
Nesse particular, oportuno lembrar o exemplo de Mandela, símbolo da luta contra o apartheid. Vivemos a escravidão da corrupção, visivelmente traduzida na impossibilidade do exercício das políticas públicas. Não só aos negros, mas também a grande parte da população brasileira, que continua escravizada com a falta de oportunidades, reféns da corrupção política, geradora de injustiças, retrocessos e responsável pelo nosso apertheid: O Brasil de poucos, dos privilégios; e o Brasil de muitos, dos sem direitos. Que o viver de Mandela nos possibilite sonhar com o fim desta escravidão! “