O Brasil atingiu a marca de 650 mil casos de dengue em 2024, de acordo com dados divulgados na segunda (19) pelo Ministério da Saúde. O país registrou 653.656 casos prováveis, uma alta de 294% em comparação com o mesmo período de 2023, ano em que o país bateu recorde de mortes pela doença. Neste ano, já houve 113 mortes por dengue, e 438 óbitos estão em investigação.

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Santa Catarina já registrou 16.748 ocorrências de dengue, o oitavo maior quantitativo entre as Unidades da Federação desde o início deste ano. Na última semana, foram contabilizados 3.837 casos no Estado. Até agora, oito mortes por dengue foram registradas, sendo cinco em Joinville, uma em São Francisco do Sul, uma em Araquari e uma em Itajaí. Três óbitos ainda seguem em investigação.

No ranking dos Estados, Minas Gerais lidera em número absoluto de casos (192.258) neste ano. Em seguida estão São Paulo (90.408), Distrito Federal (67.768), Paraná (58.660) e Rio de Janeiro (41.435).

Quando se considera o coeficiente de incidência, o Distrito Federal está em primeiro lugar, com 2.405,6 casos por 100 mi habitantes), seguido por Minas Gerais (936,1), Acre (622,4), Paraná (512,6) e Goiás (487,6). Santa Catarina está em nono lugar, com 220,1 casos a cada 100 mil habitantes.

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Estados com maior incidência de dengue em 2024

  1. Distrito Federal – 2.814,5 casos a cada 100 mil habitantes
  2. Minas Gerais – 1061,7 casos a cada 100 mil habitantes
  3. Acre – 644,7 casos a cada 100 mil habitantes
  4. Paraná – 611,6 casos a cada 100 mil habitantes
  5. Goiás – 569,6 casos a cada 100 mil habitantes
  6. Espírito Santo – 510 casos a cada 100 mil habitantes
  7. Rio de Janeiro – 306,9 casos a cada 100 mil habitantes
  8. São Paulo – 250,9 casos a cada 100 mil habitantes
  9. Santa Catarina – 220,1 casos a cada 100 mil habitantes
  10. Amazonas – 163,1 casos a cada 100 mil habitantes

Números em SC

Maioria dos casos de dengue em SC ocorre com mulheres e pessoas brancas, entre 30 e 39 anos (Foto: Ministério da Saúde, Reprodução)

Em Santa Catarina, chama a atenção os dados em Joinville. A cidade no Norte do Estado tem 2.450 casos ativos nesta semana, o que corresponde a 56,6% do total no Estado. Na segunda, a prefeitura decretou situação de emergência.

Municípios de SC com mais casos de dengue

  1. Joinville – 2.450 casos
  2. Florianópolis – 480 casos
  3. Blumenau – 151 casos
  4. Araquari – 121 casos
  5. Jaraguá do Sul – 72 casos
  6. São José – 51 casos
  7. Biguaçu – 49 casos
  8. Chapecó – 47 casos
  9. Indaial – 46 casos
  10. Navegantes – 31 casos

O que explica “boom” de casos em SC

Até poucos anos atrás, a maioria dos casos de dengue no Brasil eram registrados no Sudeste, no Norte e no Nordeste. Nos últimos dois anos, o cenário mudou. Tanto Santa Catarina quanto Rio Grande do Sul e Paraná vêm registrando números de casos nunca vistos. A região Sul é agora vice-líder no número de casos de dengue.

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Segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), da Secretaria do Estado de Saúde, o principal fator por trás do aumento de casos de dengue no Estado são as mudanças climáticas. No ano passado, o Estado sofreu com o El Niño, fenômeno natural que causou aumento do volume de chuvas durante a primavera.

Além disso, temperaturas mais altas fazem com que aumente a reprodutibilidade e o tempo de vida dos mosquitos Aedes aegypti, vetor da dengue. De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), 2023 foi o ano mais quente da história do planeta.

— Se há chuvas intensas, você acaba tendo vários depósitos com água. Com as temperaturas se mantendo na faixa dos 25°C até 30°C durante quase todo ano, você acaba tendo as condições favoráveis para o aumento de focos do mosquito — explica João Fucks, diretor da Dive.

— Santa Catarina costumava ficar fora da área tropical, não tinha tanto mosquito e essas doenças. Mas por causa das mudanças climáticas, a gente tá tendo uma expansão da região tropical. Na última década, a dengue tem se alastrado para o Sul do país, porque o Sul está ficando mais quente — descreve a professora de Oceanografia Física da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Regina Rodrigues.

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