Acabou o sufoco. Justamente na última rodada das Eliminatórias Sul-Americanas à Copa de 2002, o Brasil carimbou o passaporte para o Mundial do Japão e da Coréia do Sul. Confirmando os 100% de aproveitamento nos confrontos com a Venezuela, a Seleção patrolou os venezuelanos no Estádio Castelão, em São Luiz, Maranhão. O placar de 3 a 0 deixou a equipe de Luiz Felipe (foto) com 30 pontos e, ainda por cima, em terceiro lugar na tabela, à frente do Paraguai – o time de Arce e Gamarra foi goleado pela Colômbia por 4 a 0 em plena Assunción, ficando atrás dos brasileiros no saldo de gols – 14 contra seis. O Uruguai, no sufoco, atingiu seu objetivo: terminou a rodada em quinto e decidirá uma vaga na repescagem contra a Austrália. Atuando no Estádio Centenário, em Montevidéu, a celeste empatou com a Argentina em 1 a 1, chegando aos 27 pontos, e passou os colombianos também no saldo – apenas seis gols contra cinco. Nesta quarta à noite, com o apoio um grande público , valeu em campo o espírito exigido por Felipão: a atitude. É claro, o adversário não tinha o quilate de uma Argentina, mas valeu a garra dos jogadores em um momento dramático, após fracassos contra times sem tradição como Honduras e Bolívia. A escolha de Edílson e Luizão como dupla de ataque provou ter sido acertada. Edílson simplesmente participou de todos os gols brasileiros. Foi ele quem quase marcou aos 11 minutos do primeiro tempo, depois de um lançamento de Juninho Paulista: o baixinho tabelou com Rivaldo na meia-esquerda e levantou para o “Capetinha” na área. O atacante do Flamengo caiu naa dividida, mas Luizão pegou o rebote, driblou o goleiro e, quase sem ângulo, mandou para a rede: Brasil 1 a 0. Foi o primeiro presente de aniversário do jogador corintiano, que completou 26 anos no mesmo dia da classificação brasileira à sua 17ª Copa. A Seleção seguiu impondo o ritmo sem dificuldades, impondo sua técnica ao natural. O segundo gol veio aos 18 minutos, novamente em uma jogada criada por Edílson. No contragolpe, o jogador, endiabrado, passou para Luizão na medida, dentro da grande área. “São Luizão” arrancou em velocidade e bateu forte na saída de Dudamel, sem dar chances, ampliando o placar. A vitória brasileira foi consolidada aos 34, em novo contra-ataque: Edílson, de novo ele, invadiu a área com bola dominada e, depois de driblar dois venezuelanos, escorregou. Mas Rivaldo estava na sobra e não vacilou, batendo cruzado, balançando a rede mais uma vez, para a massa respirar aliviada. O segundo tempo foi de cadência. Com o resultado garantido, o Brasil passou a tocar a bola, sem se arriscar muito. As coisas ficaram ainda mais fáceis quando o volante Vera foi expulso, logo aos três minutos, por dar uma cotovelada no rosto de Juninho Paulista. Já mais tranqüilo, aos 12 minutos, Felipão promoveu a entrada de Denílson no lugar de Luizão, para depois sacar Marcelinho e Edílson e colocar Ronaldinho e Marcelinho Paraíba. A troca não ampliou o marcador, mas a injeção de talento deu mais brilho à festa na capital maranhense. E o sonho do penta segue mais vivo do que nunca.

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