O grau de interdependência entre as economias em tempos atuais é maior do que ocorria durante a crise financeira de 2007-2008. Esta é a opinião de Daniel Corrêa da Silva, mestre em Relações Internacionais, em entrevista à CBN Diário nesta segunda-feira (16). Assim, o professor da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) acredita que o Brasil, diante dos fortes impactos com a pandemia do novo coronavírus no mundo, encontra-se em uma situação "vulnerável".

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— Se em 2008 nós já tínhamos um grande grau de dependência de produtos agrícolas e de minérios para nossa vinculação ao mundo, doze anos depois o que mais acentuamos foi esse grau de dependência frente às grandes economias. Esse impacto na economia mundial tem seu gatilho no coronavírus, mas ela já vinha mostrando esgotamento. O coronavírus é como se fosse uma "bala de prata", o "tiro de misericórdia" nesse ciclo econômico — declarou o especialista.

Ouça a entrevista do professor Daniel Corrêa da Silva para o Notícia na Manhã, com Mário Motta:

Diante das medidas tomadas até o momento para conter o avanço ainda maior do Covid-19 em esfera global, Corrêa da Silva considera que as decisões são mais isoladas do que conjuntas. Ele acredita que há uma falta de coordenação política geral, dado que a própria Organização Mundial de Saúde (OMS) não consegue ser soberana na sua linha de condução e procedimentos aos países.

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— Eu diria que no Brasil, atualmente, nós vivemos uma situação um tanto quanto híbrida, porém mais se aproximando do que a Itália tem feito do que a China. Há certas deliberações que são de caráter nacional, mas existem muitas manifestações institucionais de se recomendar de que cada localidade tenha sua própria condução sobre esse cenário, que é de pandemia — opinou o professor.

O caso usado por Corrêa da Silva para servir como ilustração refere-se ao esporte: anunciada neste domingo, a decisão da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em suspender as competições sob sua responsabilidade que estão em andamento, como a Copa do Brasil. Porém, a entidade deixou a cargo de cada federação estadual a definição sobre a continuidade de seus campeonatos locais.