Dos muitos amistosos disputados pela Seleção Brasileira em sua história pentacampeã, o deste domingo talvez seja um dos menos amistosos de todos os tempos. Para os ingleses pode não fazer muita diferença ganhar ou perder, jogar bem ou mal. Mas para o time em construção de Felipão faz. E como faz.

Continua depois da publicidade

Se o Brasil, que vem de tantos tropeços e exibições nada convincentes desde a Copa de 2010, vencer na reabertura oficial de um templo da bola como é o Maracanã, será como dizer ao mundo: alto lá, pessoal, o Brasil é o Brasil.

Haverá ainda o amistoso na Arena contra a França, no próximo domingo, 9 de junho, antes da estreia na Copa das Confederações diante do Japão, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, dia 15, mas é preciso entender o que está em jogo a partir das 16h do domingo.

O Maracanã, além de ser um emblema planetário do futebol, é também o palco da final da Copa de 2014, com ou sem a Seleção. Estará lotado o velho e bom Maraca que viu Didi, Pelé, Garrincha, Evaristo de Macedo, Ademir Menezes, Rivelino, Zagallo, Nilton Santos, Zico, Dinamite, Romário, Edmundo – a lista é imensa. Raros estádios abrigaram tantos craques com regularidade, em domingos como o deste despertar de junho.

O técnico Roy Hodgson terá suas estrelas à disposição, ajudado pelo recesso do meio da temporada europeia. Frank Lampard, Wayne Rooney, Jermain Dafoe e cia. Eles, os inventores do nobre esporte bretão. Nós, os aprendizes que o encheram de talento ao longo do tempo, apesar da atual entressafra de protagonistas.

Continua depois da publicidade

Há, ainda, os olhares da Fifa para a parte operacional do Maracanã, ainda cercado de entulhos e com as dúvidas de sempre sobre o acesso à internet para transmissão de dados, imagem e texto, com velocidade no padrão exigido pela Fifa. São todos elementos que fazem do amistoso um acontecimento do calendário internacional.

Sim, mas e o time? Qual a chance real de vencer, convencer e mandar ao mundo o recado de que a sempre temida Seleção Brasileira de novo honrará a lenda de que quando vai para uma competição desacreditada as chances de erguer a taça aumentam?

Poucas, na verdade. Será uma equipe desentrosada, sem ritmo de competição, contra a segunda colocada do Grupo H das Eliminatórias, atrás apenas da surpreendente Montenegro. Tem 12 pontos – mais do que os 11 da líder Espanha no Grupo I, por exemplo.

Do meio para trás, Felipão já tem time, e ninguém pode contestá-lo. Não há ninguém tão melhor assim do que Júlio César, Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo. O problema é do meio para frente, escalação e esquema, se com três homens de vocação ofensiva atrás de Fred ou Hernanes compondo ao lado de Fernando e Paulinho um trio de volantes, se fechando um tanto mais.

Continua depois da publicidade

Os treinos indicam que Felipão irá de Lucas, Oscar e Neymar, mais o centroavante que é personagem obrigatório no universo de Felipão. A reação da torcida, Neymar pela primeira vez em campo como jogador do Barcelona, os astros ingleses, o que o resultado pode indicar para a Copa das Confederações e, claro, como esperança para 2014.

Eu não disse que era um dos amistosos menos amistosos da história da Seleção?

FICHA TÉCNICA

Brasil x Inglaterra – amistoso

2/6/2013, 16h

BRASIL: Julio César, Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz, Marcelo; Fernando, Paulinho, Oscar, Jadson (Lucas); Neymar e Fred. Técnico: Luiz Felipe Scolari

INGLATERRA: Joe Harte, Glen Johnson, Cahill, Jagielka, Ashely Cole; Carrick, Lampard, Walcott, Alex Oxlade-Chamberlain; Rooney, Defoe. Técnico: Roy Hodgson

Local: Maracanã, Rio de Janeiro

Arbitragem: Wilmar Roldan, auxiliado por Eduardo Diaz e Wilson Berrio (trio Fifa da Colômbia)

O jogo no ar: RBS TV e SporTV transmitem ao vivo. Gaúcha abre abre a jornada às 15h.