Entre os países com maior desigualdade de distribuição de renda da America Latina o Brasil figura em posição destaque: está em quarto lugar, logo depois de Guatemala, Honduras e Colômbia.

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É o que aponta o relatório O Estado das Cidades da América Latina e Caribe-2012, apresentado pela agência ONU-Habitat hoje no Rio de Janeiro.

O continente, região com 588,6 milhões de habitantes, considerada desde os anos 1970 a mais desigual do mundo, 20% da população mais rica têm em média uma renda per capita quase 20 vezes superior à renda dos 20% mais pobres.

– O principal desafio é como combater as desigualdades que existem nas cidades. É uma contradição bem grande do modelo econômico da América Latina em geral – disse Erik Vittrup, especialista da ONU-Habitat.

Na região, os países menos desiguais são Venezuela, Uruguai, Peru e El Salvador.

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“A desigualdade de renda é extremamente elevada. Há um déficit considerável de emprego e uma abundante informalidade, que se concentra nos jovens e nas mulheres”, informa o relatório da ONU.

Apesar dos progressos feitos por América Latina e Caribe nos últimos 10 anos, 124 milhões de pessoas vivem na pobreza nas cidades, mais da metade no Brasil (37 milhões) e no México (25 milhões).

Mais de um quarto da população urbana, 111 milhões de pessoas, vive em favelas, um número maior do que há 20 anos, segundo a ONU.

O número de cidades na região aumentou seis vezes em 50 anos. A metade da população urbana, 222 milhões de pessoas, mora em cidades com menos de 500.000 habitantes e 14% (65 milhões de pessoas) vivem em megacidades, destacou o relatório, intitulado “O estado das cidades da América Latina”.

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O documento destaca com preocupação que as cidades latino-americanas continuam se expandindo fisicamente de uma forma que “não é sustentável”, apesar da desaceleração demográfica.