A presidente do Chile, Michelle Bachelet, foi recebida na manhã desta quinta-feira, 12, pela presidente Dilma Rousseff, na sua primeira visita ao Brasil desde que tomou posse, em março deste ano. Em uma visita-relâmpago, as duas presidentes assinam um acordo de troca de informações e documentos sobre os respectivos períodos de ditadura e sobre a cooperação dos militares de ambos os países.
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Com a assinatura do acordo, o Chile promete franquear ao Brasil todos os documentos classificados sobre o período. Da mesma forma, o governo brasileiro irá permitir o acesso ao governo chileno a todos os documentos relacionados à cooperação entre as duas ditaduras.
Bachelet chegou a Palácio do Planalto com 10 minutos de atraso e foi recebida na rampa pela presidente Dilma. As duas estão em um encontro privado e, em seguida, terão um outro, ampliado, com seus ministros. Não há previsão de declarações à imprensa, já que o encontro será curto. Às 10h20, está prevista a partida das duas presidentes para São Paulo, em seus respectivos aviões.
Na capital paulista, Dilma oferece a Bachelet e a outros 10 chefes de Estado um almoço no hotel Marriot, antes de seguirem todos para a Arena Corinthians, onde participam da cerimônia da abertura da Copa do Mundo e assistem ao jogo Brasil x Croácia. Na noite de hoje, Bachelet dorme em Cuiabá, onde na sexta-feira, 13, assiste ao jogo Chile e Austrália, às 18h, na Arena Pantanal.
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Bachelet remarcou por duas vezes a visita ao Brasil, mas sua vinda ainda este semestre já estava acertada desde o encontro entre as duas presidentes em março, durante a posse em Viña del Mar (Chile). Em seguida, o chanceler chileno, Eladio Loizaga, em passagem por Brasília, confirmou a visita e a assinatura do intercâmbio de informações sobre a ditadura, nos mesmos moldes em que o Brasil já tem com a Argentina e o Uruguai.
Na época, o chanceler confirmou a cooperação entre militares brasileiros e chilenos logo depois da queda de Salvador Allende. Informações coletadas pela Comissão da Verdade mostram que militares brasileiros estavam em Santiago nos primeiros dias do golpe militar.
Será assinado também um outro acordo, esse entre a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a direção da Sociedade de Fomento Fabril chilena, para desenvolver projetos de diversificação das relações comerciais.