O ministro alemão de Cooperação econômica e Desenvolvimento, Gerd Müller, disse na segunda-feira (8) que a participação do Brasil em uma política sustentável global é fundamental e que, para o acordo Mercosul-União Europeia funcionar, é preciso que regras da OIT (Organização Internacional do Trabalho) sejam respeitadas.

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— A Alemanha, a Europa, o Brasil, todos nós precisamos cuidar do clima e do meio ambiente. Sem as florestas tropicais não tem como salvar o clima. O problema é que a população mundial cresce cada vez mais. Será que nós vamos conseguir sustentar 8, 9 ou até 10 bilhões de pessoas em um mundo inteiro, sem o Brasil? Isso só é possível com uma política de agricultura sustentável — disse Müller no 1º jantar para a diversidade, realizado pela AHK (Câmara de Comércio Brasil-Alemanha) no Club Transatlântico em São Paulo.

Müller disse ainda que o acordo entre Mercosul e União Europeia vai dar boas chances tanto às empresas brasileiras no mercado europeu, quanto às companhias alemãs por aqui.

— Mas é importante que as normas da OIT sejam cumpridas nesse acordo. Padrões ecológicos, por exemplo, serão exigidos, a soja certificada em toda sua cadeia de produção, sem queimadas, com salários justos, sem trabalho infantil — explicou.

No evento, foi assinado pelos vice-presidentes da AHK Thomas Timm, Maite Leite (Deutsche Bank) e Martin Duisberg (DZ Bank) um termo de compromisso com a diversidade. Além dos membros da presidência da câmara, esteve presente o cônsul-geral alemão em São Paulo, Axel Zeidler.

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Durante o encontro, empresas alemãs, representantes de ONGs e organizações sociais apresentaram projetos que incentivam e promovem a diversidade. Segundo Müller, a defesa dos direitos humanos precisa estar presente não só nas empresas, mas em toda a sociedade.

— A igualdade de gênero entre homens e mulheres, a tolerância, a não violência, direitos iguais a todos, independente da sua raça e religião, diversidade e inclusão precisam estar presentes nas empresas, na sociedade e na política. Isso é uma tarefa que quero discutir também com o governo brasileiro — disse.