O governo brasileiro decidiu conceder asilo ao senador boliviano Roger Pinto Molina, líder oposicionista ao governo de Evo Morales. A decisão foi informada nesta sexta-feira pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE).

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Molina está na chancelaria brasileira em La Paz desde o início da semana passada. Ele solicitou asilo argumentando ser vítima de perseguição política. Em nota divulgada na tarde de hoje, o MRE informa que o asilo foi concedido “à luz das normas e da prática do Direito Internacional Latino-Americano e com base no artigo 4.º, inciso X, da Constituição Federal”.

A concessão de asilo, no entanto, não representa a saída imediata de Roger Pinto de La Paz. Ainda será preciso esperar que o governo boliviano emita um salvo-conduto, para que então o senador deixe a chancelaria brasileira, explicou hoje o porta-voz do Itamaraty, embaixador Tovar Nunes da Silva.

O embaixador informou que o governo boliviano foi comunicado na última quarta-feira sobre a decisão brasileira. Ainda não está definida a data e a forma de realização da viagem de Roger Pinto ao Brasil.

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Roger Pinto foi eleito pelo partido conservador Convergência Nacional no departamento de Pando, ao norte da Bolívia. A decisão pelo pedido de asilo foi anunciada no dia 29 de maio, em uma entrevista concedida em La Paz pelo deputado Adrian Oliva, também da Convergência Nacional.

O deputado leu uma carta de Roger Pinto e nesse texto o senador argumentou, entre outros pontos, que “por pensar de maneira diferente” estava em “circunstâncias difíceis”, o que o levou a buscar refúgio na embaixada do Brasil. Disse também temer por sua vida.