Luiz Felipe Scolari, o Felipão, é um cara que ocupa uma posição mais importante que a do presidente da república em determinados momentos da história. Porque ele comanda uma equipe que lida com a autoestima do povo brasileiro, com o imaginário de um país vencedor. Poucos seriam sinceros ao dizer que gostariam de estar em seu lugar agora, mesmo com muitos brasileiros se dizendo treinadores de futebol.

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É que Felipão precisa ter sucesso, a partir de hoje, com um time que não inspira confiança nem no mais fanáticos dos fãs. Contra o Japão, às 16h, o Brasil começa sua jornada numa Copa das Confederações que é o principal – e último, e único – torneio em que a capacidade do time canarinho será testada antes do Mundial.

Há trunfos para ajudar Felipão nesta tarefa: Neymar é um deles. Tem talento, a dificuldade é ver o que foi feito em favor do Santos em prática junto à Seleção. Um grupo de jogadores acostumados com sistemas táticos europeus também ajuda o técnico pentacampeão pelo Brasil, mas que já comandou Portugal com milagroso sucesso, a tentar um futebol mais moderno para nossos padrões atuais.

Não é só dentro de campo o desafio. O momento do país é turbulento: a economia é instável, a política nervosa, a segurança questionada, até os jogos da Copa das Confederações terão segurança máxima para evitar manifestações no entorno. E o futebol sempre foi um agente que se misturou, por seu poder, com momentos históricos.

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Por isso Felipão passa a ser mais forte que Dilma por algumas semanas, por capitanear a pátria de chuteiras.

O sucesso contra o Japão é apenas mais um passo, um pouco maior que a vitória sobre a França na semana passada. Já o insucesso são muitos passos atrás, que travam o projeto do futebol e que são um perigo para o momento do país.