O Brasil está com um pé na segunda fase da Copa do Mundo de Basquete, na Espanha. Na tarde deste domingo, foi a vez de liquidar a seleção do Irã, por 79 a 50. Com o resultado, o Brasil precisa de apenas um tropeço do Egito contra a Espanha para garantir a vaga nas oitavas da Copa.

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Começando a partida com muitos erros e um baixo aproveitamento nos chutes de quadra, o Brasil viu o Irã seguir em vantagem ao segundo quarto, mas com uma boa participação de Raulzinho (novamente) e um aumento na pressão defensiva, a Seleção tomou conta do jogo e o fechou com tranquilidade.

O cestinha brasileiro na partida foi Alex, que conseguiu 12 pontos, além de três rebotes e roubos de bola. Além dele, Leandrinho (11), Tiago Splitter (10) e Nenê (8), foram destaques da partida. Nos rebotes, Splitter com seis liderou a Seleção, enquanto Huertas liderou nas assistências, com os mesmos seis. Defensivamente, Leandrinho conseguiu quatro roubos de bola.

Nos arremessos de quadra, o Brasil teve um ótimo aproveitamento, com 61%, mas seguiu pecando nos lances livres, principalmente com Tiago Splitter, fechando a partida com 67% de acertos.

Nesta segunda-feira, o Brasil faz sua terceira partida na Copa do Mundo, encarando a dona da casa e favorita ao título, Espanha, às 17h. Caso vença, o Brasil já pode garantir matematicamente, no mínimo, a terceira colocação no grupo. Após esse jogo, o Brasil ainda encara a Sérvia (2j/1v/1d) e o Egito (1j/1d).

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1º QUARTO

O Brasil entrou em quadra com uma mudança em seu quinteto usual, além de Marcelinho Huertas, Marquinhos, Alex e Tiago Splitter, o treinador da Seleção, Rubén Magnano, trocou o ala pivô Nenê por Rafael Hettsheimeir.

A primeira posse de bola foi brasileira, mas Marquinhos desperdiçou um arremesso de três pontos. Logo no primeiro minuto de jogo, o Brasil já foi testado na linha de lances livres, com Tiago Splitter. Mantendo o baixo aproveitamento, Splitter errou o primeiro e acertou um “air-ball” no segundo. Com isso, quem tirou o zero do placar foi o Irã, com uma boa infiltração no garrafão.

Com 1m30s de quarto, o Brasil marcou sua primeira cesta, com Rafael Hettsheimeir. O Irã passou à frente em um chute de três (5 a 4) e aumentou a vantagem (7 a 4) com um erro de passe de Hettsheimeir, que deixou Magnano nervoso no banco. Em um novo erro, dessa vez de Marquinhos, o Irã colocou mais dois pontos no placar.

O Brasil, sempre forte no ataque, mostrou que no cinco contra cinco, vem sofrendo com arremessos ruins. Splitter sofreu mais uma falta e converteu apenas um lance. Irritado, Magnano tirou Alex e colocou Larry Taylor, para aumentar a mobilidade do ataque brasileiro, que não se encontrava. Com fortes ataques de transição, o Irã abriu 13 a 5, forçando Magnano a pedir um tempo em quadra. Gritando muito, Magnano cobrou mais empenho da Seleção.

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Na volta, o Brasil melhorou sua defesa, mas seguia pecando no ataque. Larry Taylor conseguiu cinco pontos, trazendo a distância para três pontos. Mais dois lances livres para Splitter e apenas um convertido, derrubando o aproveitamento brasileiro no fundamento para 2 acertos em 6. Alex voltou à quadra e converteu dois lances, empatando o jogo (13 a 13), enquanto Magnano colocava Raulzinho e Nenê em quadra.

O Brasil seguia mal nos contra-ataques, vendo a velocidade sair apenas dos pés de Raulzinho e Alex, enquanto Hettsheimeir e Nenê não acompanhavam a transição. Bem no jogo, Alex comandava o Brasil, defensiva e ofensivamente, com roubos e boas jogadas de transição.

Ainda assim, com um fraco aproveitamento ofensivo, a Seleção foi para o segundo quarto atrás, por 18 a 17. Destaques do primeiro tempo foram as boas atuações de Alex e Raulzinho, enquanto Marquinhos, Marcelinho Huertas e Tiago Splitter, pouco fizeram na parcial.

2º QUARTO

O Brasil começou o quarto com Leandrinho e Varejão no quinteto titular, e marcou primeiro, com Nenê (19 a 18). Com o apoio da torcida espanhola, o Irã seguia com moral. E a moral aumentou quando o pivô Kahzemi, em altíssima velocidade, conseguiu um belo toco sobre Raulzinho, que seguia para a bandeja.

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Em duas bobeadas do Irã, com dois roubos de bola da Seleção, o Brasil passou à frente do placar, com cestas de Alex e Nenê (23 a 20), forçando um tempo do treinador esloveno do Irã. No banco, o Brasil parecia não entender como o time que havia perdido por 40 pontos há duas semanas, fazia um jogo tão duro na Espanha.

Em um roubo de bola de Raulzinho, que conseguiu um lindo passe pelas costas para Nenê, o pivô brasileiro cravou em cima do iraniano, aumentando a vantagem para cinco pontos. Após um chute de dois de Varejão, o Brasil abriu sua maior distância no jogo, sete pontos (27 a 20). Mais um roubo de Raulzinho e mais dois pontos para o armador, que seguia em um fortíssimo ritmo no jogo.

Com quatro minutos para o fim do segundo quarto, Magnano colocou Giovannoni no jogo, utilizando, assim, todos os jogadores de seu elenco. A Seleção seguia pressionando forte o ataque iraniano, roubando mais uma bola com Leandrinho e aumentando a vantagem para 11 pontos (31 a 20).

Mantendo o ataque iraniano sem marcar por cinco minutos, o treinador esloveno pediu mais um tempo em quadra, tentando colocar sua equipe de volta no jogo. No primeiro lance na volta, o Irã conseguiu dois pontos e mais um lance de bonificação, que não foi convertido. No contra-golpe, Nenê marcou mais uma vez, chegando a oito pontos no jogo.

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O Irã seguiu errando muito no ataque, enquanto o Brasil calibrava seus chutes, com Giovannoni e Marcelinho Machado, abrindo 16 pontos a 50 segundos do fim do quarto (38 a 22). Com isso, a Seleção conseguiu limitar o Irã em apenas seis pontos no quarto, enquanto o Brasil conseguiu 23, fechando o quarto em 40 a 24.

3º QUARTO

A volta do intervalo seguiu no mesmo ritmo do segundo quarto, com o Brasil pressionando fortemente o ataque iraniano e partindo em velocidade no contra-ataque, abrindo uma larga vantagem sobre os asiáticos.

Um dos pontos altos do início do quarto, foi a linda ponte-aérea tramada entre Marcelinho Huertas e Anderson Varejão, que a finalizou com uma cravada de uma mão só.

O Brasil, com seis minutos de quarto, havia cedido apenas seis pontos para o Irã, enquanto marcou 17. Com isso, a vantagem brasileira passou a crescer e o treinador Rubén Magnano começou a rodar o elenco, já pensando em administrar a vantagem de 27 pontos.

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Mesmo com a larga vantagem, Magnano seguia instruindo sua equipe, para que os brasileiros não se acomodassem com o placar. Ainda assim, vitória brasileira na parcial (21 a 12) e vantagem de 61 a 36 na entrada do quarto final.

4º QUARTO

O Brasil já começou o último quarto de jogo com uma bela cesta de três, mas cedeu quatro pontos ao Irã. Em um ataque sozinho, Tiago Splitter recebeu uma falta anti-desportiva e, sem a pressão pelos pontos, já que a vantagem era larga, o pivô converteu os dois arremessos.

Em um arremesso de três da zona morta, Giovannoni conseguiu cavar uma falta, marcando uma jogada de quatro pontos. O Brasil passou a “afrouxar” mais a marcação, cedendo alguns pontos fáceis ao Irã, mas conseguia definir com melhor aproveitamento no ataque, aumentando a vantagem para 30 pontos.

Com boa distância no placar, o Brasil começou a trabalhar menos a bola e arriscar mais lances de três, amassando o aro no Palácio de Deportes, em Granada.

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No banco de reservas, a calma do jogo era nítida, visto a expressão de Rubén Magnano, completamente serena e com um sorriso no rosto. Com 22 pontos de vantagem e 30 segundos no relógio, o comandante brasileiro já pensava no duelo contra a Espanha, enquanto na quadra, atuavam cinco jogadores da Liga brasileira: Larry Taylor, Marcelinho Machado, Alex, Giovannoni e Hettsheimeir.

O último ponto do jogo, fechou com chave de ouro a partida: uma linda ponte-aérea de Marcelinho Machado para Rafael Hettsheimeir, que colocou dígitos finais no placar. Com uma vantagem de 29 pontos, o Brasil venceu mais uma na Copa do Mundo: 79 a 50.