Uma nova onda global de branqueamento de corais já chegou a afetar os recifes da costa brasileira. A situação está sendo monitorada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Segundo os pesquisadores, o fenômeno ocorre devido ao aquecimento dos oceanos e várias espécies já estão sendo afetadas.

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Em nota, o Centro de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Nordeste (Cepene), vinculado ao ICMBio, disse que a biodiversidade marinha da região está “enfrentando o que possivelmente vai ser um evento de grandes proporções”.

Desde o final de 2023, cientistas vêm alertando que o mundo está prestes a passar pelo quarto branqueamento em massa dos recifes de coral, segundo estudo publicado na revista Science. A costa catarinense ainda não foi afetada, mas os biólogos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) estão monitorando o fenômeno.

Segundo o biólogo, professor e pesquisador da UFSC, Paulo Horta, que participa de um grupo de pesquisa que monitora o branqueamento de corais, até o momento, o fenômeno já atingiu as praias de Rio do Fogo (RN), João Pessoa (PB), Serrambi (PE), Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais: Coroa Grande (PE), Maragogi (AL), Baía de Todos os Santos (BA) Abrolhos (BA) e Arraial do Cabo (RJ).

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O pesquisador alerta que é possível que ainda nesta década os efeitos das mudanças climáticas levem o branqueamento de corais a um ponto em que não há mais retorno. Horta explica que as consequências do branqueamento em massa de corais afetam a biodiversidade e todo o ecossistema marinho.

Consequências do branqueamento de corais

Branqueamento em massa ocorre quando os corais perdem sua cor devido a condições estressantes, como temperaturas da água muito altas. Os ecossistemas recifais afetados por esses eventos, que ocorrem repetidamente ao longo dos anos, terão menos corais vivos e uma menor diversidade de espécies marinhas.

— Infelizmente os ecossistemas de recifais são os mais vulneráveis ao aumento da temperatura e serão os primeiros a sofrer extinção funcional devido ao aquecimento global — diz Horta.

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Essas espécies fornecem serviços essenciais para a vida no mar, como sua capacidade de absorver dióxido de carbono e fornecer habitat para várias plantas e animais. A perda de biodiversidade não só prejudica a saúde dos recifes, mas também acelera outros processos negativos, como a erosão costeira. Além disso, o aumento na frequência e gravidade do branqueamento em massa é considerado um ponto crítico nas mudanças climáticas globais.

No início do mês de março, a agência estadunidense NOAA, através do Programa Coral Reef Watch, emitiu o alerta nível 1 para a região da Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais, localizada entre os municípios de Tamandaré, no litoral sul de Pernambuco, e Maceió, capital do estado de Alagoas.

Branqueamento da colônia de Coral-Cérebro (Foto: Divulgação, Pedro Pereira, ICMBio)

*Sob supervisão de Andréa da Luz

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