Infelizmente o Estado de Santa Catarina vê aumentar significativamente o número dos que renunciam ao direito de escolher seus representantes.
Continua depois da publicidade
Os crescentes índices de votos brancos e nulos em Santa Catarina merecem uma reflexão da sociedade civil em geral, e especialmente dos partidos, sobre o nível de engajamento do cidadão no processo político. Mesmo com recorrentes campanhas de conscientização da Justiça Eleitoral, que cumprem com o dever ao reforçar a importância da participação maciça da população na escolha dos seus representantes, infelizmente o Estado vê aumentar significativamente o número dos que renunciam a esse direito. Para todos os cargos majoritários em disputa, os percentuais registrados nos últimos quatro pleitos desenham um panorama preocupante.
Não há, por exemplo, como subestimar a informação de que em 12 anos dobrou o percentual de votos brancos na disputa ao governo do Estado – de 3,09% para 7,63% – e que inflou em quase 100% a fatia de nulos para o mesmo cargo (4,42% para 7,77%). Evolução parecida foi constatada também para os outros cargos. Para o Senado, os votos nulos em 2014 bateram a marca de 12,63%, diante de 9,92% na disputa anterior e 8,23% na primeira eleição dos anos 2000.
Reverter esse quadro é desafio gigantesco e deve envolver todos. Há um círculo vicioso, alimentado pela desconfiança de parte do eleitorado em relação aos políticos, que só tende a consolidar-se e perpetuar-se caso esse comportamento continue prosperando. É evidente que o eleitor tem o direito de dar a destinação que bem entender para o seu voto. Ainda assim, deve ter consciência que, ao renunciar à escolha, estará autorizando outras pessoas a cumprir essa tarefa em seu nome.
Votos brancos e nulos, na verdade, são procurações para que outros escolham o governante e os representantes parlamentares que atuarão em nome de toda a coletividade, incluindo o eleitor omisso. A apatia política deve ser combatida. E isso deve iniciar-se pelo eleitorado jovem, que começa agora a bater ponto nas urnas.
Continua depois da publicidade