_ A vida seria infinitamente mais feliz se pudéssemos nascer aos 80 anos e gradualmente chegar aos 18.
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A frase do escritor Mark Twain (1835-1910) inspirou um conto de F. Scott Fitzgerald que, por sua vez, deu vida ao filme O curioso caso de Benjamin Button – com estreia marcada para esta sexta-feira nos cinemas. Talvez se tivesse pensado mais profundamente sobre o conceito que propôs, Twain mudasse de idéia. As informações são do site G1.
Na Nova Orleans de 1918, ao dar à luz seu primogênito, a Sra. Button morre. Antes, no entanto, ouve de seu marido (Jason Flemyng) a promessa de que ele cuidaria do bebê. Mas ao ver as feições da criança – que apesar de recém-nascida tem a pele enrugada como a de um idoso, além de doenças típicas daqueles com a idade mais avançada -, ele decide se livrar do menino. Não tem coragem de matá-lo, mas abandona-o em frente a uma casa qualquer da vizinhança.
Quem o encontra é a gentil e religiosa Queenie (Taraji P. Henson), uma mulher que, diferentemente do pai do bebê, acredita que aquela pequena e indefesa criança foi, sim, obra de Deus. E que merece ser tratada como tal. Responsável por um lar de idosos, Queenie não titubeia em colocar a criança dentro de sua casa e a cria com amor e sabedoria, mesmo tendo consciência de sua condição precária de saúde.
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Ninguém entende o que acontece com Benjamin, e as previsões dos médicos são as mais negras possíveis. A princípio acham que ele tem pouco tempo de vida, mas, ano a ano, seu estado só parece melhorar. A cadeira de rodas que o acompanhava desde o início é substituída por uma bengala e, tempos depois, ele já anda sozinho. A postura melhora, a pele também. Vez ou outra Benjamin questiona a mãe adotiva sobre ser tão diferente dos demais, mas na maior parte do tempo simplesmente acata. Dentro de casa ele não conhece discriminação nem solidão. Vive rodeado por idosos (como ele) e, eventualmente, por crianças (também como ele), que o vêem como um bom ouvinte – e, por que não?, participante – de suas aventuras.
Antes de completar sua primeira década de vida Benjamin conhece, como ele mesmo diz, a pessoa que mudaria sua vida para sempre: a pequena Daisy (interpretada na fase adulta por Cate Blanchett ), que frequenta o asilo em visita à avó, com quem ele brinca e troca confidências. E por quem se apaixona.
Ao amadurecer e, conseqüentemente, rejuvenescer, Benjamin decide então sair de casa e cair no mundo. Embora não tenha noção do que busca nem do que vai encontrar, aventura-se com a mesma coragem e ingenuidade em se tratando de trabalho, dinheiro, viagens e mulheres. A saga do protagonista – que resulta em nada menos que 2h46min de filme – em muito lembra a de Tom Hanks em “Forrest Gump” (1994), escrita pelo mesmo talentoso e premiado roteirista Eric Roth.
O curioso caso de Benjamin Button tem sido indicado em todos os principais prêmios de cinema, sendo que disputou o Globo de Ouro em cinco categorias (não venceu nenhuma) e tem grandes chances de estar entre os indicados ao Oscar, a serem anunciados em 22 de janeiro.
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