BR-280: as barreiras que a rodovia cria para o desenvolvimento do turismo no litoral Norte

O turista que vai para a praia no final de semana sempre quer saber se vai ter sol. Quem decide passar os dias de descanso no Litoral Norte também tem outra preocupação: o trânsito. Apressar o retorno no domingo para evitar o congestionamento ou adiar a volta para a segunda-feira são algumas das estratégias dos veranistas acostumados a lidar com as filas na BR-280.

-O turista chega aqui e se encanta com a ilha. Mas, quando vai embora, jura nunca mais voltar. Isso acontece por causa do trânsito – descreve Vanessa Miranda, vice-presidente de turismo da Associação Empresarial de São Francisco.

Para a empresária, a última impressão é a que fica. E quando se fala na partida do veranista que sai de São Francisco ou de Balneário Barra do Sul, isso pode significar até quatro horas dentro de um carro, em uma viagem que, em condições normais, poderia levar 50 minutos. O trânsito estimado na BR-280 é de 15 mil veículos por dia. No verão, esse número chega a dobrar.

– Estamos esperando ansiosos pela duplicação. Quando ela vier, São Francisco do Sul vai despontar como um polo turístico – defende Vanessa.

Para o secretário de Turismo e Esportes de Barra do Sul, Rodrigo Aguiar, a questão do acesso não é preocupação apenas no verão.

– Em apenas um domingo, no Festival da Tainha, tivemos a visita de 40 mil veículos – diz o secretário.

A festa ocorreu em julho e, de acordo com Aguiar, o trânsito acabou gerando transtornos para os visitantes.

– Queremos promover os eventos, mas com segurança para as pessoas que vêm de outras cidades. Os congestionamentos geraram atrasos e acidentes para os turistas – diz o secretário.

Além do Festival da Tainha, a Festilha, em São Francisco do Sul, e a Festa do Maracujá, em Araquari, costumam movimentar os turistas na região em meses fora da temporada de verão. Em Araquari, a noite com o show de duplas sertanejas nacionais reuniu cerca de 20 mil pessoas. Pela Festilha, passaram 150 mil pessoas.