Diagnósticos positivos de tuberculose motivaram o abate de 33 bovinos de uma propriedade de Herval d’Oeste, no Meio-Oeste catarinense. Os animais, em sua maioria vacas leiteiras, foram recolhidos na quinta-feira e sacrificados dentro dos padrões sanitários.
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O número representa cerca de 10% de todos os casos confirmados no Estado neste ano, uma vez que, até sexta-feira, 300 animais haviam contraído a doença. A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) interditou a propriedade, que fica na comunidade de Serra Alta.
O local só deve ser liberado após passar por limpeza e desinfecção. Os exames de tuberculose nas três vacas e cinco bezerros que restaram deve ser repetido em cerca de dois meses, para saber se nenhum deles contraiu a doença.
Conforme Roseli Piovesan, que mora na propriedade, não havia sinais de que as vacas estivessem com problemas de saúde. Apenas uma delas ficou doente há cerca de dois meses, passou por cirurgia, mas morreu dias depois.
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Desde então, e diante das suspeitas de tuberculose, os animais estavam sendo acompanhados por veterinários da Cidasc. Com o abate de quase todo o rebanho, Roseli não sabe como a família vai garantir renda, já que vivia do dinheiro ganho com os cerca de 300 litros de leite produzidos diariamente.
– Não tínhamos o costume de fazer exames no gado, porque a gente não sabia que precisava. Ainda não sabemos como vamos continuar, porque só sobraram três vacas leiteiras – diz.
Para diminuir os prejuízos, a família deve ser indenizada pelos bovinos abatidos por conta da doença, através do Fundo Estadual de Sanidade Animal (Fundesa), da Secretaria de Estado da Agricultura. Eles devem receber, conforme já acordado, cerca de R$ 3 pelo quilo do gado vivo.
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Exame é fundamental
Como a tuberculose bovina é crônica e não tem vacina, é necessário pedir diagnóstico negativo da doença antes de comprar qualquer bovino. O exame pode ser feito por um dos 300 veterinários catarinenses habilitados pelo Ministério da Agricultura, custa cerca de R$ 30 por cabeça e fica pronto em três dias.
A responsável pelo Programa de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal da Cidasc, Karina Diniz Baumgarten, explica que o animal geralmente chega às propriedades já infectado pela doença.
– Se comprar sempre o animal com exame, dificilmente a doença vai chegar aos rebanhos, porque ela é transmitida por bactéria – explica.
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Karina alerta também que a tuberculose pode ser transmita aos seres humanos que têm contato com os animais infectados. Por conta disso, sempre que há diagnósticos positivos em animais, as pessoas também são encaminhadas para unidades de saúde, onde passam por exames. A doença pode levar à morte.
A tuberculose
– Os animais infectados pela tuberculose apresentam tosse, fraqueza e dificuldade de locomoção. Só que os sintomas se manifestam apenas no estágio avançado da doença.
– Não existe vacina para combater a tuberculose, apenas o diagnóstico para evitar que animais doentes entrem nas propriedades.
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– A pessoa que tiver contato com animais infectados, tomar leite sem ferver ou cortar a carcaça dos bovinos doentes pode pegar tuberculose.
– Vacas leiteiras são as mais acometidas por estarem mais juntos e se alimentarem no mesmo cocho.
– Em alguns casos, a doença só é descoberta na hora do abate, já que o organismo dos animais fica repleto de tubérculos (espécies de tumores).
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