A arte como ferramenta de educação e preservação. Essa é a proposta do Boto Parade Laguna, que quer chamar a atenção para a relação única dos botos-da-tainha com os pescadores de Laguna, no Sul de Santa Catarina. Um protótipo de cerca de três metros de comprimento, multicolorido com trabalho em grafite, já começou a percorrer as cidades do Estado.

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O primeiro exemplar foi produzido com recursos próprios do pesquisador Wellington Linhares, com escultura do artista plástico Everson Souza e trabalho de pintura e desenho do artista Bruno Alvares. A intenção é fazer mais botos e espalhar as peças por aí, como a CowParade, conhecida no mundo todo. Para isso, o projeto está inscrito em editais e aguarda aprovação para buscar apoio junto às empresas através da Lei de Incentivo à Cultura.

— A proposta é promover a educação ambiental e patrimonial. Laguna é a capital nacional do boto pescador, e a pesca artesanal com o auxílio do boto é um patrimônio cultural imaterial do Estado. Fomentar e difundir essa manifestação cultural para o Brasil é promover educação de forma lúdica, através das artes — defende Linhares.

O protótipo tem dimensões semelhantes à de um boto adulto, de cerca de 300 quilos. A população residente de botos pescadores em Laguna fica entre 40 e 50 animais, e muitos deles são conhecidos pelo nome. Essa relação de amizade e confiança entre o pescador artesanal e o mamífero aquático também foi registrada na peça, pelas tintas de Alvares.

— A pintura é inspirada nas histórias que os pescadores contam, a relação que eles têm. Eles dizem que é uma questão de prestígio e respeito quando os pescadores nomeiam um boto, eles são conhecidos, e por isso fiz essa homenagem colocando os nomes de alguns deles na obra — explica.

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Linhares e Alvares veem o boto como ferramenta de educação ambiental (Foto: Rúbia Guedes, Divulgação)