O boto-de-Lahille voltou a aparecer no Rio Araranguá, no Sul de Santa Catarina, após aproximadamente 20 anos desde o último registro. Mas não é só o retorno que chama a atenção. A espécie tem um comportamento peculiar: a pesca cooperativa com pescadores artesanais.

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Esses mamíferos costumam cercar os cardumes, assim, os pescadores sabem exatamente onde jogar as tarrafas. Ambos são beneficiados nesse processo. Segundo o professor e pesquisador do projeto Botos do Araranguá, Rodrigo Machado, botos com essa característica aparecem em Tramandaí, no Rio Grande do Sul, e em Laguna, também no Sul de Santa Catarina.

— Laguna são uns 20 botos, mais ou menos, enquanto Tramandaí tem uns 12, que interagem com os pescadores. Historicamente, ocorreu de uma forma também forte em Torres (RS) e Passos de Torres (SC), no Rio Mampituba. Agora, ocorre bem raramente, com poucos indivíduos participando da pesca. E em Araranguá, a gente não sabe a data exata que se extinguiu — explica.

Retorno da espécie

Um dos pescadores relatou ao pesquisador que em 2005 tinha sido a última vez que o boto apareceu no Rio Araranguá com esse comportamento. E foram justamente os pescadores que perceberam, no último verão, o retorno da espécie.

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Os pesquisadores estão monitorando o boto-de-Lahille para entender porque isso aconteceu e qual o seu comportamento durante as estações do ano. Pelo menos cinco animais foram fotografados na temporada de verão 2023/2024.

— O primeiro registro foi em dezembro e o último em março. Depois, a gente já não teve mais registro e agora já não está aparecendo mais de novo. Isso leva a gerar uma expectativa de que eles reapareçam nos meses de verão novamente — conclui o professor.

Veja as fotos do boto

Veja o vídeo aqui.

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