Enquanto a polícia investiga o motivo para a morte do taxista Martino Alcino Amorim, 66 anos, conhecido como Amorim – encontrado quarta-feira na praia da Joaquina – o Sindicato dos Taxistas de Florianópolis e Região estuda a utilização de um botão do pânico nos veículos. Hoje, a direção do sindicato tem uma reunião com uma empresa especializada em segurança.

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– Seria um dispositivo dentro do painel que teria a possibilidade de bater de duas a três fotos, gravar o áudio por dois minutos e informar a localização exata do carro para uma central. Parece que o custo do serviço é bem acessível – contou o diretor do Sindicato dos Taxistas, Evandro Brasil, que não revelou os valores.

Em 2014, o auxiliar do diretor foi assassinado na marginal da BR-282, na Via Expressa. Aos 30 anos, Robson Tiago Andrade faleceu após ser esfaqueado por um casal no dia 1º de março. Desde então, ele instalou um rastreador e, pelo custo mensal de R$ 48, consegue armazenar várias informações sobre as corridas.

– Desenvolvemos um sistema especial para os taxistas, mas apenas 10% dos veículos têm esse dispositivo. Ele informa onde a corrida começou, o trajeto e o término. Por meio de um sensor no assento, também fico sabendo quando o veículo tem passageiro ou não – explicou Brasil.

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Atualmente, Florianópolis tem 471 táxis. Até o fim do ano serão mais 210 carros pelas ruas da Capital.

Laudo não aponta lesões

O laudo preliminar do Instituto Geral de Perícias (IGP) não apontou lesões no taxista Amorim, encontrado morto quarta-feira nas dunas da Praia da Joaquina. O titular da delegacia de homicídios, delegado Enio de Oliveira Matos, não descarta a possibilidade da vítima ter sofrido um problema cardíaco após um roubo.

– Ainda estamos investigando e não descartamos nenhuma possibilidade. Estou aguardando os laudos para ter certeza sobre o motivo do falecimento. Ele pode ter sido vítima de um infarto, por exemplo, porque já teve um problema cardíaco há dois anos – justificou o delegado Enio.

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À ESPERA DE RESPOSTAS

O diretor do IGP, Miguel Acir Colzani, informou que o trabalho do Instituto Médico Legal (IML) tem duas etapas. No exame direto, feito com o corpo da vítima, nenhuma lesão foi encontrada. Agora, os exames complementares apontarão a causa da morte.

– São exames sobre a toxicologia e patologia, que apontarão se o taxista sofria de alguma doença ou teria utilizado alguma outra substância. Eles ficam prontos em uma semana – esclareceu Miguel.

O proprietário do veículo, Ivan da Silva, informou que sentiu falta de dois celulares do taxista, da chave do automóvel e do dinheiro arrecadado. Segundo Ivan, o carro percorreu a distância de 21 quilômetros (a exata distância até a Joaquina).

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Um golpe na família

GUTO KUERTEN

redacao@horasc.com.br

Na manhã de ontem, os colegas de Amorim deram as mãos e rezaram no Terminal Rodoviário Rita Maria, onde viram pela última vez o amigo.

A comoção e tristeza eram evidentes em cada semblante dos taxistas. Amorim foi sepultado no cemitério do bairro Passa Vinte, em Palhoça. Antes do enterro, o irmão Dorval de Amorim falou que a morte foi um golpe na família.

– Ele deixou mulher e sete filhos. Temos agora que esperar a justiça ser feita. Ele nunca tinha sido assaltado. Ainda estamos chocados com a situação, mas jeito é seguir a vida. Claudio Menezes trabalha há três anos como taxista e conta que já foi assaltado uma vez, e que passou por momentos de pânico. Confessa estar preocupado com a atual situação.

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– Somos alvos fáceis para os bandidos. Reféns de qualquer um. Fui assaltado por um passageiro que jamais suspeitaria. Quando chegou numa rua no Campeche, colocou uma pistola e me trancou no porta-malas. Fiquei com medo e pensei em pular do carro, mas fiquei com receio que ele fosse fazer algo pior. Esperei ele encerrar o que queria e rezei. Você não sabe o que vai acontecer – diz.

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