Se o governador Raimundo Colombo (PSD) tiver que fazer uma viagem oficial hoje, terá duas opções: alugar uma aeronave ou usar um avião de carreira. Os quatro aviões do Estado não podem ser usados por estarem quebrados ou em manutenção. Com o argumento de que a frota oficial tem mais de 20 anos de uso e representa um risco à segurança, a recomendação é de que o Executivo pense na renovação dos modelos a médio prazo.

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Na terça-feira passada, Colombo não conseguiu ir a uma reunião de governadores, em Brasília, para discutir questões como o piso nacional dos professores, por problemas na frota. Naquele dia, o único avião do Estado em uso era o Carajá, conhecido como Fusca, que, por não ser pressurizado, só pode fazer viagens curtas e com o tempo bom, pois voa baixo. Para permitir o deslocamento, o governo alugou uma aeronave, que também acabou apresentando problemas.

Por duas vezes, o piloto decolou, mas o trem de pouso não recolhia, o que representa um risco à estabilidade da aeronave. O secretário executivo da Casa Militar, tenente-coronel Nildo Teixeira, explica que, das quatro aeronaves, duas são as mais utilizadas: o jato Citation (1989) e o Cheyenne (1982). As outras duas, embora mais novas do que o Cheyenne _ Carajá (1983) e Xingu (1984) _, foram fabricadas em série limitada, o que dificulta a localização de peças de reposição:

_ Todo conserto ou manutenção é feito com licitação. No caso destas duas aeronaves, como há dificuldades em encontrar as peças, temos muitas licitações frustradas. E, quando isso ocorre, demora ainda mais para recuperar a aeronave, porque temos que repetir todo o processo.

O fato do Carajá e do Xingu ficarem parados por longos períodos acaba sobrecarregando as outras duas aeronaves, exigindo mais pausas para manutenção e revisão, feitas com base nas horas de voo e nas orientações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Esta situação também aumenta os gastos oficiais. O Cheyenne, que é bastante usado, tem um gasto médio anual de manutenção de R$ 130 mil. O Carajá representa um custo de manutenção médio de R$ 270 mil por ano. Com base nas condições atuais da frota, em janeiro, a Casa Militar encaminhou ao governador uma “exposição de motivos” afirmando que a situação das aeronaves já representa risco com relação à segurança.

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O documento não aborda a compra de uma nova aeronave ou qualquer outra opção, faz apenas um alerta. Mas o chefe da Casa Militar acredita que este assunto terá que entrar na pauta do governo:

_ Sabemos que o assunto é delicado, porque a compra de um helicóptero para o Corpo de Bombeiros, por exemplo, passa despercebida pela população, já a compra de uma aeronave para uso interno causaria impacto na opinião pública. Mas também não podemos ser hipócritas, pois sabemos que é necessário garantir a locomoção.

Se a compra de um avião pode representar um investimento alto, em contrapartida, as aeronaves novas têm, em geral, garantia de cinco anos, além de serem mais econômicas e menos poluentes. Mas, enquanto o assunto não entra em pauta, a Casa Militar busca alternativas.

Uma proposta em estudo é o aluguel de um helicóptero para uso eventual. Durante a administração de Luiz Henrique da Silveira (PMDB), o governo tinha um contrato exclusivo de aluguel, ou seja, a aeronave ficava à disposição 24 horas. Ao assumir, Colombo suspendeu o contrato e passou a utilizar exclusivamente os aviões do Estado. Agora, a Casa Militar avalia ter a possibilidade de aluguel eventual, para uso em determinadas situações, como viagens para localidades distantes de aeroportos.

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