Do começo do mês de outubro até o último domingo (8) foram registrados 904 atendimentos com águas-vivas em Santa Catarina, segundo o Corpo de Bombeiros Militar. No ano passado, neste mesmo período, foram 292 atendimentos. Ou seja, um aumento de 200% de um ano para o outro. 

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O sistema da corporação não diferencia ataques de caravelas portuguesas e medusas, mas os bombeiros alertam que quando se trata das caravelas o atendimento deve ser feito de forma rápida. Isso porque as ocorrências com esses animais podem levar à morte. 

Na praia do Campeche o projeto da Universidade Federal de Santa Catarina, que faz o monitoramento de caravelas e medusas em Florianópolis, já identificou uma quantidade importante de caravelas portuguesas na beira do mar. 

— No dia 31 de outubro fizemos o monitoramento na Praia do Campeche e contamos 10 caravelas em 1 km de praia. É um registro menor que em fevereiro, quando chegamos a encontrar 130 animais e apenas 1 km, mas a quantidade registrada nestes últimos dias já é considerável — afirma Alberto Lindner biólogo e coordenador do projeto.

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Ataque de Caravela Portuguesa causa queimadadura
Animais são trazidos pelos ventos e pelas correntes marítimas (Foto: Renata Arantes/ arquivo pessoal)

Os encalhes são considerados normais pelo especialista. Segundo ele, esses animais, que podem causar queimaduras e alergias graves, vivem em alto mar e são trazidos à costa em função dos ventos e das correntes marítimas. Com o verão chegando as condições para que as caravelas apareçam nas praias do estado ficam ainda mais fortes. 

— A caravelas gostam de águas quentes. Com a chegada do verão, e a incidência de águas mais quentes no nosso litoral, a tendência é que a teremos mais encalhes destes animais. Mas condição que pode trazer grandes quantidade destes animais vai depender do vento. Não é motivo para pânico, é preciso ter cuidado e ficar de olho nas bandeiras inidicativas dos salva-vidas — conclui. 

O Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina reforça que quando a bandeira lilás estiver em cima do posto de guarda-vidas, é necessário que o banhista evite entrar na água. É possível conferir as bandeiras pelo aplicativo Praia Segura CBMSC, disponível para android. 

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Banhista deve ficar atento
Bandeira lilás indica a presença de medusas e caravelas na praia (Foto: Divulgação/Arquivo DC 2017)

Cuidados

Tanto águas-vivas, organismos transparentes e difíceis de enxergar na água, quanto caravelas, essas bastante coloridas – tons de azul e rosa – possuem tentáculos com toxinas que causam queimaduras. Para evitar acidentes ou minimizar os sintomas, os Bombeiros recomendam alguns cuidados:

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— Observar a presença da bandeira lilás.

— Se afastar dos animais marítimos, assim que perceber a sua presença.

— Avisar guarda-vidas.

— Não coçar ou esfregar o local machucado.

— Não usar água doce para limpar a região queimada, para evitar que a toxina se espalhe.

— Lavar com água do mar.

— Tirar os tentáculos com cuidado, usando uma pinça

— Procurar uma guarita de guardas-vidas.

— Aplicar vinagre de uso doméstico na zona afetada.

— Caso a pessoa desenvolva uma reação alérgica, deve ser encaminhada imediatamente a uma unidade hospitalar para devido tratamento.

Raio-x da Caravela Portuguesa

Infográfico
Infográfico (Foto: Arte Ben Ami, NSC Total)