Os turistas que visitaram as praias de São Francisco do Sul, no Litoral Norte de Santa Catarina, no último final de semana, foram surpreendidos pela ação de águas-vivas. Os Bombeiros Militares, que são responsáveis pelos postos de guarda-vidas, atenderam 381 ocorrências entre sexta-feira e domingo.
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A maior incidência foi nas praias do Forte e Enseada, onde o mar é mais calmo. Foram registrados 110 casos na sexta, 125 no sábado e 146 no domingo.
Apesar de o número parecer exorbitante, o bombeiro militar Thiago Fernando Quer, explica que essa incidência é comum no verão. A média diária é entre cinco e dez casos, porém ocorrem surtos de mais de cem casos por dia com certa frequência.
Os bombeiros já chegaram a registrar até 500 casos em um único final de semana em outros anos. Na temporada passada, entre outubro e março, porém, a incidência foi baixa, com 199 casos.
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Já nesta temporada, entre outubro do ano passado e domingo, os bombeiros registraram 559 ocorrências, sendo que a maior incidência foi no último final de semana.
De acordo com o médico presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia Regional de Santa Catarina, André Luiz Rossetto, o número de ocorrências está relacionado com a quantidade de turistas na praia.
Ele explica que as águas-vivas são animais que vivem o ano inteiro no mar e, no verão, tem o seu habitat natural invadido pelos banhistas. A incidência de águas-vivas pode aumentar conforme as correntes marítimas às trazem para a praia.
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A espécie mais comum encontrada no litoral catarinense é a Olindias Sambaquiensis, pequena medusa amarelada que causa acidentes dolorosos, porém com pouca gravidade. A Linuche Unguiculata, que é uma medusa muito pequena também pode causar envenenamento sob as roubas de banho. Os cuidados são os mesmos para os dois casos.
O que fazer?
Orientados por um biólogo, os bombeiros que atuam como guarda-vidas fazem o atendimento ali mesmo na praia. Não há motivo para pânico, pois o problema é resolvido de forma simples.
O bombeiro Thiago explica que a água-viva não provoca queimadura, mas libera um veneno na pele que forma microbolhas. Quando as bolhas estouram, o veneno é absorvido pela pele e isso causa uma irritação no local.
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Por isso, a orientação é fazer compressas com vinagre que age como um neutralizante. A água do mar, que pode ser gelada, é mais uma alternativa para lavar a área atingida.
– O vinagre acaba inativando essas substancias que provocam irritação – acrescentou o dermatologista.
Rossetto também orienta para não lavar o ferimento com água doce. Se for utilizar gelo para aliviar a dor, é importante envolvê-lo em um plástico e evitar o contato da água doce com a pele.
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Normalmente, a irritação dura em torno de 15 minutos. Porém, a reação depende do organismo de cada um. Em casos mais raros, algumas pessoas podem desenvolver uma reação alérgica, sentir falta de ar ou mau estar. Nessas condições, os bombeiros encaminham as vítimas para o hospital onde será feito o tratamento adequado.
Como a incidência de água-viva é grande na temporada, todos os postos de guarda-vidas das praias de São Francisco estão prevenidos com estoque de vinagre para atender aos banhistas.