Na contramão do que anseia a população, em busca de informações sobre a segurança, Corpo de Bombeiros, Prefeitura e Ministério Público não divulgam a lista das 47 casas noturnas que estão irregulares em Florianópolis.
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Os órgãos mantém em sigilo os dados dos alvarás, frustrando os que buscam saber das condições e aumentar o zelo diante da vida, o que é natural ao pós tragédia de Santa Maria.
Nem os nomes dos 18 estabelecimentos que estão regulares é divulgado. Há uma série de justificativas, mas nenhuma capaz de dar tranquilidade.
Os dados da situação foram repassados às autoridades numa reunião a portas fechadas, segunda-feira à tarde, sem a presença da imprensa, e revelados apenas os números, publicados pelo Diário Catarinense na edição desta terça-feira.
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O chefe de comunicação do Corpo de Bombeiros Militar, tenente-coronel Altair Salésio Rodrigues, disse nesta terça-feira que o motivo pelo qual não é feita a divulgação é a precaução a erros.
– Estamos revisando todos os alvarás, caso por caso. Não queremos cometer erro em dar notícia errada – declarou Salésio, que no domingo comentou que divulgaria os dados na segunda-feira, mas depois recuou.
Na Prefeitura, as autoridades afirmam não estar em posse de todas as informações referentes aos alvarás de segurança concedidos pelos bombeiros – o secretário de Meio e Desenvolvimento Urbano, Dalmo Vieira Filho, e o procurador-geral do município, Júlio Cesar Marcellino Júnior, participaram do encontro com os bombeiros, na segunda-feira.
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– Pedimos o diagnóstico a eles. Por enquanto, temos informações parciais. Nossa gestão está chegando agora e eles não nos repassaram os dados concretos. Quando tivermos os dados, não vejo problema em divulgar – garantiu o procurador-geral do município, Júlio Cesar Marcellino Júnior.
O promotor Daniel Paladino informou que só irá divulgar a lista após a vistoria que será feita nos estabelecimentos. A principal justificativa, disse por meio da assessoria de imprensa, é de que nem todas as 47 casas estão irregulares por causa do item segurança.
Conforme o promotor, algumas por exemplo, estariam na relação por falta de pagamento de taxas – o que não as retira da condição de irregular.
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Outras razões são porque a suposta lista não estaria atualizada. O promotor também não quis revelar o nome das 18 que estão regulares.
O Diário Catarinense apurou que a suposta falta de efetivo na corporação estaria prejudicando o trabalho de vistoria pelo Corpo de Bombeiros, na Capital. Isso estaria atrasando a entrega de alvarás. O tenente-coronel Altair Salésio Rodrigues nega e diz que a corporação está cumprindo o prazo máximo de 20 dias para fazer a vistoria.
Dono de uma conhecida boate em Florianópolis, ouvido pela reportagem, afirmou que as autoridades assinariam atestado de incompetência se divulgassem a lista, uma vez que cabe a elas não divulgar e sim fechar as que estão irregulares.
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Na quinta-feira, os órgãos vão fazer uma nova reunião para definir a estratégia de ação da força-tarefa que fará a fiscalização nas casas noturnas da Capital.
Colaborou Roberta Kremer